São Paulo, segunda-feira, 29 de março de 2010

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CRÍTICA

Filme é precursor do terror de sugestão

INÁCIO ARAÚJO
CRÍTICO DA FOLHA

"O Gato Preto" (TCM, 2h10) é possivelmente o primeiro filme de terror a renunciar aos cenários góticos em favor de ou substituindo-os por uma arquitetura moderna.
Não que a coisa seja menos sinistra. Afinal, estamos na Hungria.
No enredo, há um casal em lua de mel que começa por conhecer, durante a viagem, um melancólico Bela Lugosi, ex-prisioneiro de guerra.
Todos eles darão na casa do famoso arquiteto Boris Karloff, do assustador arquiteto Karloff seria o caso de dizer.
Bem, o que os espera é da ordem do perigo, claro. Mas este filme de Edgar Ulmer tem uma capacidade muito grande de mobilizar o imaginário do espectador, o que o coloca de certa forma na categoria dos precursores do terror de sugestão, gênero que viria a se firmar nos anos 1940.
É pena que o brilhante ex-assistente de Murnau acabasse banido de Hollywood por motivos pessoais e só voltasse, anos mais tarde, em produções que o tornaram famoso por, como se diz, tirar leite de pedra.


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