São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005
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ERIKA PALOMINO Vale Negro"
Se a novela das oito faz disparar a venda das botas de
caubói e dos (medonhos)
coletes de franja, no teatro e
no cinema a moda inspira e ajuda a contar a história, tendo como viés o romantismo que é
tendência forte do prêt-à-porter
no Brasil e no mundo.  Camila Pitanga estréia hoje em São Paulo a peça "A Maldição do Vale Negro", no Sesc Vila Mariana. O texto é de Caio Fernando Abreu com Luiz Arthur Nunes, que também assina a direção. "Mergulhei fundo na coisa romântica, já que a trama se passa mais ou menos em 1834, ápice do gênero", conta o figurinista Marcelo Pies (que conheci por acaso noite dessas no Fasano e que me surpreendeu por sua gentileza natural e doçura -achei que nem havia mais gente assim por aí!). Ele se inspirou em Delacroix e no alemão Winter Halter. "Fui nessa de pegar ícones como os pastéis, as rendas, os florais... principalmente neste momento em que a personagem da Camila é mais virginal." Marcelo Pies desenhou e mandou fazer as flores em relevo, e algumas rendas achou em brechós. "Ficaria muito caro comprar rendas francesas novas", justifica o figurinista, que assina também as roupas da coqueluche "Os Sete Afluentes do Rio Ota". E a Camila Pitanga, hein? Belíssima, talentosíssima, cultíssima, dulcíssima... Fiquei passada também com a atualidade vitoriana dos figurinos de Claudia Kopke em "Casa de Areia", de Andrucha Waddington. A história começa em 1910, e as fernandas começam o filme areia adentro com longas saias e sapatinhos de época, incrível. Praticamente um Rochas de inverno! Depois confere: o filme estréia em 13 de maio. E fiquei sabendo nesta semana que a estilista Zuzu Angel vai chegar ao cinema. Bom, que a vida dela daria um filme a gente sempre soube. "A história é muito boa, apesar de trágica", confirma o diretor Sergio Rezende ("Quase Nada", "O Homem da Capa Preta"). "Tem esse lado de uma mulher de sucesso, no auge da carreira no exterior, uma mulher de negócios que se vê no olho da tempestade da política no Brasil nos anos 70 e não recua", justifica. A equipe começa a filmar em agosto, com Patrícia Pillar como protagonista e numa co-produção com a Warner, para estar finalizado em abril do ano que vem, quando faz 30 anos da morte da criadora mineira. "Grosso modo, é um filme que tem luxo e porrada", define o diretor do filme, que terá figurino de Kika Lopes, de "Amores Possíveis". E eu mal posso esperar pela novela fashion de Sílvio de Abreu...! Colaborou Sergio Amaral GISELE EM TODAS Lá vai ela. E lá vem ela. Gisele Bündchen esteve no Brasil nesta semana e filmou em São Paulo com Fabião Soares, maquiada por Duda Molinos. Ela está fazendo a nova campanha de Gaultier, com Mondino, e está também na D-Squared, que agora vem assinada por Mert Alas e Marcus Piggot, os novos darlings da moda, com direção de arte de Giovanni Bianco. Tive oportunidade de conhecê-los em Paris e fiquei surpresa em ver como são queridos. Não é à toa que são amigos de Gisele. Ela também fotografou para as próximas "Pop", "W" e "Visionaire". FESTIVAIS BOMBATOR: NA ESPANHA! O primeiro é o Sonar, entre 16 e 18 de junho, em Barcelona. Entre os destaques: James Murphy; M.I.A.; De La Soul; Hot Chip; Headman; Munk; DJ T e Matthew Herbert, com o show de seu próximo CD, "Plat du Jour", só com sons e coisas de cozinha. E vai rolar até um showcase de brasileiros, com Artificial, M. Takara e Hurtmold. O festival de Benicassim, de 4 a 7 de agosto, tem confirmados até o momento LCD Soundsystem, Fischerspooner, Erlend Oye, Kings of Convenience, The Kills e !!!. Saiba como ir pelos sites www.sonar.es e www.fiberfib.com. Ah, viu que o D-Edge ouviu minhas preces e vai trazer o Kaos na sexta que vem? Arrasou. Conversinha Guerreiro arrasa no 55
Eu já estava para falar com o
Guerreiro fazia tempo, desde
que rolou a febre de suas jóias
de novo em São Paulo. Mas, como todo mundo estava falando
dele, acabei deixando. Agora,
quando recebi o convite do lançamento de uma peça criada a
quatro mãos por ele e pela designer Adriana Bittencourt, e
em Saint Tropez, achei que era
mais do que hora de trocarmos
uma idéia. E minutos antes de
ele sair com o filho para ir ao jogo do Brasil com a Guatemala! Folha - Poxa, Guerreiro, sou superfã do seu trabalho. Já comprei várias coisas na sua loja. Fala de como você sentiu a sua volta ao topo do mercado. Guerreiro - Eu levei um susto: eu não imaginava, assim entre aspas, que eu tivesse tanto prestígio. Eu fiz muito sucesso nos anos 70 mas todo aquele pessoal, na minha cabeça, já estava coroa. Eu teria que pegar os filhos deles, uma nova geração de clientes, e foi isso que aconteceu. Atribuo isso não só ao meu talento mas também ao pessoal da antiga que se lembrou de mim. Folha - Que ótimo, não? Guerreiro - Para mim foi um negócio muito legal porque eu até já estava pensando em me aposentar e estou vivendo uma fase muito feliz da minha vida. Folha - Quantas lojas você tem hoje? Como é a produção? Guerreiro - Eu sou um criador compulsivo, né? Eu não só desenho mas também modelo e, como tenho prática, elas saem em grande quantidade. Tenho sete lojas. A da Lorena, uma no Iguatemi, tenho duas no Rio, vendo na Daslu, em Saint Tropez... Folha - Fiquei surpresa com essa parceria. Como foi isso? Foi em Saint Tropez mesmo? Guerreiro - No ano passado fui para lá e encontrei com ela. A gente foi no Club 55 tomar vinho e teve essa idéia. Folha - E que peça é essa? Guerreiro - É uma peça, mas é surpresa. Eu acredito que vai fazer sucesso. Eu não sei se eu posso falar... É o seguinte: é uma peça esotérica, que cabe para o católico, para o judeu e para o muçulmano. É uma mãozinha espalmada. Tem rústica, com brilhantes, ouro... Para todos os gostos e bolsos. Folha - Como vê a concorrência com as joalherias famosas? Guerreiro - Eu não concorro. Nem penso nisso. É outra jogada. Eu tava com meu filho e ele me disse: "A H.Stern é uma puta joalheria". E eu expliquei pra ele que uma jóia da H.Stern você nem sabe quem desenhou. Mas eu não esquento a cabeça com isso, não. Meu mundo é meu mundo. No bairro, no Rio, que eu amo porque sou carioca, e agora na França. Texto Anterior: Exposição: Fotos de Salgado embarcam em trem tcheco Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Jornalismo e literatura Índice |
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