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Coleção Folha dedica quinto fascículo ao espanhol Goya
Pintor é considerado precursor de movimentos da arte moderna, como surrealismo; "A Maja Nua" e "A Maja Vestida" são duas das telas que o celebrizaram
DA REPORTAGEM LOCAL
Assim como a "Monalisa",
uma das obras-primas de Leonardo Da Vinci, é envolta em
mistério, "A Maja Nua" e "A
Maja Vestida", duas das mais
conhecidas pinturas de Francisco de Goya (1746-1828),
também são cercadas de incógnitas. Toda a controvérsia a
respeito das obras é abordada
no volume do próximo domingo da Coleção Folha Grandes
Mestres Pintura, que tem o
pintor espanhol como tema.
Não se sabe ao certo quem é a
mulher retratada nas pinturas,
quem as encomendou nem
mesmo quando foram feitas,
pois Goya não datou nem deu
nome às obras.
Sabe-se, entretanto, que, por
causa da versão com a modelo
nua, o artista chegou a ser processado pela Inquisição. Só não
foi parar na fogueira graças,
provavelmente, à intervenção
de Fernando 7º, já que Goya era
sabidamente próximo da corte
espanhola.
Segundo a catalogação do
Museu do Prado, em Madri, a
primeira obra a ser feita teria
sido a "A Maja Nua", entre 1798
e 1800. A outra dataria do período entre 1801 e 1803. Ao certo, sabe-se que ambas estiveram em poder do influente primeiro-ministro Manuel Godoy, em 1808, e eram denominadas "Cigana Nua" e "Cigana
Vestida" -para poder enfrentar a Inquisição.
Mesmo assim, conta-se que
havia um dispositivo na sala do
político que permitia a ele alternar a tela a ser exposta, conforme o tipo de visitante que
recebia.
Especialistas supõem que as
obras tenham sido feitas por
Goya usando como modelo
María del Pilar Teresa Cayetana de Silva y Álvares de Toledo,
a duquesa de Alba, com quem o
artista tinha bastante intimidade, tendo realizado várias pinturas por sua encomenda. Teria
sido de sucessores da duquesa
que Godoy adquiriu as obras.
Uma autópsia realizada no corpo da duquesa confirmou as
proporções pintadas por Goya.
Tudo isso, no entanto, é apenas um detalhe curioso perto
do conjunto da obra de Goya,
largamente considerado o precursor, nos séculos 16 e 17, de
movimentos artísticos da arte
moderna, que só iriam eclodir
nos séculos 19 e 20, tais quais o
impressionismo, o expressionismo e o surrealismo.
Coincidentemente, essas
marcas podem ser vistas em
São Paulo, até o dia 20 de maio,
no Museu de Arte de São Paulo
(Masp), que exibe as quatro famosas séries de gravuras realizadas por Goya: "Os Caprichos", "Desastres da Guerra",
"Tauromaquia e "Provérbios
ou Disparates". O Masp possui
ainda três pinturas do artista,
todas expostas em sua coleção
permanente.
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