São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2008

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Crítica

"Totalmente Selvagem" ri da onda neoliberal

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Que proximidade existe entre o neoliberalismo e o blockbuster -se é que existe alguma? Talvez seja uma matéria para Luiz Carlos Bresser-Pereira, que, há poucos dias, em sua coluna da Folha, no caderno Dinheiro, detectou o fim de neoliberalismo.
E Bresser, cinéfilo de carteirinha, saberia dizer se também o blockbuster agoniza? A glória neoliberal vem dos anos 1980, salvo erro, enquanto o primeiro grito do blockbuster é do fim dos 70. A produção foi inflacionada ao extremo, os pequenos filmes foram jogados na sarjeta e uma série de diretores, muitos deles muito bons, sucumbiram, simplesmente desapareceram. Gente como Bogdanovich, Monte Hellman, Herbert Ross, ou mesmo Joe Dante.
Mesmo um que sobreviveu aos 80 e ganhou Oscar nos 90, como Jonathan Demme -o que foi feito dele? Seu "Totalmente Selvagem" (TCM, 1h30) soube rir, nos 80, dos yuppies, ser típico da onda neoliberal. Quem riu por último, no caso? O filme, claro, que não deixa de existir.


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