Com estrutura móvel, grupo passará por 8 Estados

GUSTAVO FIORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Já faz mais de uma década que José Celso Martinez Corrêa, diretor do teatro Oficina, fala de um tal "teatro de estádio", tipo de espetáculo idealizado para abarcar não centenas, mas milhares de espectadores. O sonho do diretor agora está prestes a sair do papel.
Com o nome de "Dionisíacas em Viagem", uma turnê com quatro peças, abrigadas por uma estrutura móvel com capacidade para até 2.000 pessoas, percorrerá oito capitais brasileiras.
A estreia hoje em São Paulo, no entanto, ainda fica sob o teto do Teatro Oficina, com capacidade para 350 espectadores. O pontapé é com a peça "Taniko", que precede "Cacilda!! Estrela Brazyleira a Vagar" (sexta), "Bacantes" (sábado) e "O Banquete de Platão" (domingo).
Brasília é a próxima cidade a receber o projeto (veja ao lado trajeto e datas da turnê). Na capital brasileira, sim, o "estádio" móvel projetado por Cristiane Ortilio e Carla Matzenbacher passa a ser utilizado. Trata-se de um teatro com arquibancadas de aço e madeira cercando uma espécie de arena com dois "gols" em suas extremidades, ou duas entradas por onde passam peças do cenário e os próprios intérpretes. Vai ser montado provavelmente ao lado do Teatro Nacional.
O projeto é financiado pelo Ministério da Cultura e tem orçamento de R$ 8,5 milhões, sendo que, deste total, R$ 1,5 milhão representa investimentos do próprio Teatro Oficina, principalmente em materiais.
Está prevista uma turnê de dez meses, sempre amparada por oficinas gratuitas, com a presença de 57 artistas. Como momento ápice, Zé Celso pretende reunir uma plateia de até 20 mil espectadores em Manaus, no Centro Cultural de Encontro de Povos Indígenas. No total, o diretor estima atingir 100 mil pessoas.