São Paulo, domingo, 29 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

TV PAGA

Darth Vader começa então a nascer, por amor

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Agora que George Lucas entregou o terceiro episódio e fechou sua série no apogeu, "Guerra nas Estrelas" -ou "Star Wars", conforme a designação globalizada mais recente- já adquire um sentido pleno.
Pode-se, com mais tranqüilidade, observar os episódios iniciais. O primeiro foi muito atacado pela falta de originalidade e pelos personagens um tanto desnecessários. É preciso ponderar, no entanto, que esse é o episódio em que se lança toda a saga e que ele não podia escapar à sua natureza: Anakin tinha que nascer e ter uma infância. Por mais Anakin que ele seja, não é muito emocionante.
O segundo episódio, que a Fox exibe hoje, às 22h, já apresenta uma evolução mais desembaraçada. Como toda a série, gira em torno da transformação de Anakin em Darth Vader -tudo o que é essencial virá após essa transformação. Daí parecerem um tanto factícios certos personagens desse segundo exemplar, por esforçados que sejam, como o Conde Dookan.
Certas coisas já se podem verificar aqui que serão decisivas no futuro. Temos, por exemplo, a República já mostrando sua face sombria. Ela se manifestará plenamente no terceiro episódio, quando saberemos que o temível Império dos episódios 4 a 6 é senão a República dos primeiros.
No segundo, o pensamento de Lucas começa a ficar claro pelo aspecto político. Não existe divisão clara entre tirania e República: é a segunda que engendra a primeira em seu ventre. A dualidade bem e mal, tão evidente a partir do episódio 4, já não é tão clara. Ao mesmo tempo, Anakin se apaixona por Amidala. Veremos no episódio 3 como a paixão contraria o código jedi e por quê: ela engendra o medo, que é imobilizador. Por amor, Anakin estará se aproximando do lado negro da Força, que também pode se chamar Deus ou natureza.

TV ABERTA

Caminhoneiro seqüestra mulher em "Breakdown"

Tubarões Assassinos 2
Record, 20h30.
(Shark Attack 2). África do Sul/EUA, 2001, 93 min. Direção: David Worth. Com Thornsten Kaye. Continuação de um filme que já era horroroso e que aqui o trash é involuntário, o que é um problema. Daí que, de fato, "Tubarão", de Spielberg, ainda é o grande thriller "realista" de ataque de animais contra os humanos.

O Articulador
Bandeirantes, 21h30.
(People I Know). EUA, 2002, 99 min. Direção: Daniel Algrant. Com Al Pacino, Ryan O'Neal. Pacino é um RP, meio babá, meio assessor de celebridades, incluindo aí os figurões do poder. Um deles é Launer (O'Neal), que pede ao distinto amigo que pague a fiança de uma modelo e a leve para bem longe, ou seja, para o aeroporto. Mal sabe ele no que vai se envolver. Um filme simples, sem grandes espetacularizações e bem crítico sobre o mundo do poder, algo raro em Hollywood.

Breakdown - Perseguição Implacável
SBT, 22h30.
(Breakdown). EUA, 1997, 92 min. Direção: Jonathan Mostow. Com Kurt Russel, Kathleen Quinlan, J.T. Walsh. Gentil caminhoneiro que se prontifica a ajudar Russel, quando seu carro quebra na estrada, seqüestra sua mulher. Russel se mostrará disposto a ir até o inferno para reavê-la. Thriller policial quilômetros acima da média.

O Rio da Traição
Bandeirantes, 0h30.
(The River Rat). EUA, 1984, 93 min. Direção: Thomas Rickman. Com Tommy Lee Jones, Martha Plimpton. Billy (Jones), acusado injustamente por homicídio na adolescência, sai da cadeia e volta para a casa da mãe, onde tenta restabelecer sua vida com a filha. Não será fácil, sobretudo porque o entrosamento dele com a filha que nunca conheceu é complicado. E, para piorar, o médico corrupto que o ajudou a sair da cana lhe cobra os pagamentos de forma um tanto ostensiva. Filme lançado em vídeo no Brasil como "Rato de Areia".

Frankenstein de Mary Shelley
Globo, 1h20.
(Mary Shelley's Frankenstein). EUA, 1994, 123 min. Direção: Kenneth Branagh. Com Robert de Niro, Kenneth Branagh, Tom Hulce. O nome Mary Shelley entra como caução cultural (algo que Kenneth Branagh não dispensa). No mais, não dá para lamber as botas de outros Frankensteins, que nem por isso agregam o nome da autora do livro.

O Pecado do Silêncio
SBT, 1h30.
(Sins of Silence). EUA, 1995. Direção: Sam Pillsbury. Com Lindsay Wagner, Holly Marie Combs, Cinthia Sikes. Jovem simplória é estuprada pelo herdeiro de uma poderosa e milionária família numa cidade pequena do interior dos EUA. Ajudada por uma ex-freira que dirige o centro de atendimento a casos de estupros, ela terá que provar que realmente foi violentada.

Laura
Globo, 3h25.
(Laura). EUA, 1944, 88 min. Direção: Otto Preminger. Com Gene Tierney, Dana Andrews, Clifton Webb, Vincent Price. Clássico filme noir em que um detetive (Andrews) investiga o desaparecimento misterioso da não menos misteriosa Laura (Tierney). À medida que desenvolve suas investigações, tanto o caso como a imagem de Laura, em vez de se tornarem mais claros, tornam-se mais obscuros. Em P&B.

Cinzas da Guerra
SBT, 3h45.
(In Country). EUA, 1989, 115 min. Direção: Norman Jewison. Com Bruce Willis, Emily Lloyd, Joan Allen. Ainda rescaldos do Vietnã. Aqui, pela ótica de uma menina (Lloyd) do Kentucky, cujo pai morreu na guerra, quando a mãe ainda estava grávida. Willis faz o papel de tio da garota. Adaptação de romance de prestígio de Bobbie Ann Mason. (PAULO SANTOS LIMA)


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Buemba! Hoje é a Disparada Gay!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.