São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2007

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Crítica

Filme de Silvio Tendler domestica Glauber Rocha

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Silvio Tendler é um especialista em aplainar as asperezas brasileiras. Coisas complicadas, como o governo Jango, parecem se tornar plenamente compreensíveis, como que passadas a limpo, em seus filmes.
Será que Glauber Rocha seria um bom tema para ser tratado desta maneira? "Glauber: o Filme - Labirinto do Brasil" (Canal Brasil, 14h30) é a resposta dada por Tendler a esta indagação. Glauber é como que explicado, mesmo em sua morte, mesmo em seu velório. O que dá ao filme um quê de programa de televisão. Não é algo mau em si, mas deixa no ar outra questão: que canal de televisão (fora o Canal Brasil, obviamente) estaria interessado no assunto?
Glauber, o opaco. Parece que Glauber filmou não para explicar, mas para confundir, para revelar o entranhado labirinto que constitui o país, sua história, seus costumes. Destituído dessa opacidade, Glauber ressurge domesticado, ineficaz. No entanto, para quem não o conhece, o filme pode ser uma boa introdução.


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