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Crítica
Filme de Silvio Tendler domestica Glauber Rocha
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Silvio Tendler é um especialista em aplainar as asperezas
brasileiras. Coisas complicadas, como o governo Jango, parecem se tornar plenamente
compreensíveis, como que passadas a limpo, em seus filmes.
Será que Glauber Rocha seria
um bom tema para ser tratado
desta maneira? "Glauber: o
Filme - Labirinto do Brasil"
(Canal Brasil, 14h30) é a resposta dada por Tendler a esta
indagação. Glauber é como que
explicado, mesmo em sua morte, mesmo em seu velório. O
que dá ao filme um quê de programa de televisão. Não é algo
mau em si, mas deixa no ar outra questão: que canal de televisão (fora o Canal Brasil, obviamente) estaria interessado no
assunto?
Glauber, o opaco. Parece que
Glauber filmou não para explicar, mas para confundir, para
revelar o entranhado labirinto
que constitui o país, sua história, seus costumes. Destituído
dessa opacidade, Glauber ressurge domesticado, ineficaz.
No entanto, para quem não o
conhece, o filme pode ser uma
boa introdução.
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