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CRÍTICA
DRAMA
"Scarface" estampa a morte no rosto de Al Pacino
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Entre o primeiro "Scarface", de 1932, e o segundo, de
1983, que passa hoje (TCM,
22h, 18 anos), a diferença
não é só o local (de Nova
York para Flórida), o elenco
e a introdução do colorido.
Há também a natureza dos
negócios. Tony Camonte mexia com bebidas, Tony Montana, com drogas. A demência de Camonte, portanto,
precedia sua atuação. Em
Montana, ela é decorrência
dos narcóticos.
A violência também é de
outra natureza. Para Camonte, o carcamano, trata-se
quase de uma brincadeira.
Ele não tem dimensão do
que significa a vida.
Já Montana, o cubano, sabe bem o que significam seus
atos. Está estampado, aliás,
no rosto de Al Pacino. Daí o
filme ser não apenas berrante na cor, como na violência.
Montana não é um sujeito
fascinado com as armas,
mas sim com o uso delas e
sua decorrência: poder e
morte.
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