São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011 |
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CRÍTICA Bombardeio de dados e de ideias não encerra a discussão FERNANDA MENA EDITORA DA ILUSTRADA Mesmo proibida por ordem judicial, a Marcha da Maconha reuniu 700 pessoas na principal avenida de São Paulo, no último final de semana, e foi recebida pela PM com balas de borracha e bombas de efeito moral. O cineasta Fernando Grostein Andrade não estava lá. Mas o uso abusivo da força do Estado contra o ato é uma boa alegoria do nó que ele apresenta no documentário "Quebrando o Tabu". Quarenta anos depois de proclamada guerra às drogas, o filme retrata o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como um Al Gore do hemisfério Sul, cuja "verdade inconveniente" é: se não se consegue controlar o uso de drogas numa prisão de segurança máxima, como fazê-lo numa sociedade livre? O diretor segue a tese de FHC de que a política de tolerância zero às drogas é contraproducente e destrutiva. Para isso, persegue o ex-presidente por prisões, "coffee shops" e favelas. Encadeia Bob Marley, Bill Clinton, Homer Simpson, Paulo Coelho e Drauzio Varella. Bombardeia o espectador com dados e teorias, experiências e seus resultados. Constrói uma linha argumentativa consistente na contramão do senso comum. Ao focar, porém, na descriminalização do uso de drogas, o tal tabu, deixa de lado outro fato incômodo: se usar drogas deixar de ser crime, mas vendê-las continuar a ser, de onde é que elas virão? No Brasil que manda bala (de borracha) em manifestantes pró-maconha, no entanto, é um avanço. "QUEBRANDO O TABU" DIREÇÃO Fernando Grostein Andrade QUANDO estreia sexta, 3/6 AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Cabeça feita Próximo Texto: Série policial tem Jack Bauer à brasileira Índice | Comunicar Erros |
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