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CINEMA
Projeção é da Cinemark, líder do mercado exibidor no país, com 304 salas
Público deve cair 40% em junho
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A tendência de queda de público nos cinemas brasileiros, observada desde o início do ano, deve
se manter neste mês, com uma
freqüentação 40% menor do que
a de junho de 2004.
A projeção é da rede Cinemark,
a maior do mercado exibidor nacional, com 304 salas. O país possui 1.900 cinemas. Valmir Fernandes, presidente da Cinemark, diz
que "a queda é muito grande",
mesmo se considerado que 2004
foi "um ano muito forte".
O exibidor diz que, entre as razões da queda, "o impacto da pirataria não deve ser desprezado".
A maioria dos analistas explica o
fenômeno da diminuição de espectadores no cinema (que está
ocorrendo também nos EUA) como resultado do aumento do consumo de filmes em DVD e da fraca temporada de títulos.
"O crescimento do DVD é tendência. Aconteceu em todos os
mercados. Mas o cinema sempre
teve o seu espaço preservado. Determinados filmes você só podia
ver no cinema", diz Fernandes.
A diferença agora, segundo o
exibidor, é que "quando você tem
o mesmo filme que está entrando
em cartaz nos cinemas sendo vendido em DVD pirata no centro da
cidade, fica muito complicado".
Fernandes teme que "a inundação de cópias piratas no mercado" enxugue definitivamente as
cifras de freqüentação de salas.
"Do jeito que está indo, nunca
mais teremos um filme de 5 milhões, de 8 milhões de espectadores no Brasil. Não haverá outro
"Carandiru" nem outro "Titanic"."
O filme até agora mais visto no
país em 2005 é "Constantine"
-público de 2,5 milhões. Em
2004, o líder de bilheterias foi
"Homem-Aranha 2" (7,7 milhões). Nenhum dos dez filmes
mais vistos em 2004 teve menos
de 3 milhões de espectadores.
Fernandes afirma que a tendência de queda não deverá ser revertida em julho, apesar da exibição
de potenciais sucessos populares,
como "Guerra dos Mundos" e
"Madagascar", que, no fim de semana passado, registrou o maior
público de estréia em 2005 -571
mil espectadores.
"Não haverá inversão da tendência, porque julho passado foi
muito forte", diz o exibidor.
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