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"Era do Gelo 3" estreia com 3D
Com a criação de novos personagens, sequência tenta manter os sucessos anteriores da franquia
Diretor brasileiro Carlos Saldanha diz que triplicou o esforço para fazer jus à qualidade dos outros dois lucrativos filmes da série
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DO FOLHATEEN
Parece razoável imaginar
que, uma vez encontrada a fórmula para uma animação bem-sucedida como "A Era do Gelo"
(2002), criar sequências seja
um trabalho mais simples, de
repetição dos ingredientes.
Mas não foi o que aconteceu,
segundo o brasileiro Carlos Saldanha, 40, que dirigiu os dois
primeiros desenhos (o inicial,
em dupla com Chris Wedge) e
entrega agora "A Era do Gelo
3", que estreia na quarta.
"No segundo filme, eu trabalhei o dobro do primeiro e, nesse último, trabalhei três vezes
mais do que no segundo", diz o
diretor carioca, por telefone.
"Quando você cria o primeiro, não sabe se o público vai
gostar. Mas, quando faz uma
sequência, é porque os anteriores foram bem, então você carrega a responsabilidade de fazer jus ao passado, precisa aprimorar, criar novidades, há uma
série de desafios criativos."
Saldanha tenta superar esses
desafios criando novos personagens. O desenho original era
centrado na trinca Manny (o
mamute), Sid (a preguiça) e
Diego (o tigre-dentes-de-sabre), além do "esquilo" Scrat.
Na segunda parte, entraram
a mamute Ellie e os gambás Eddie e Crash. Agora, com mais
três acréscimos, são dez personagens "principais" na tela.
Entre os novatos, destacam-se Buck, uma doninha caolha (e
doida) que guia os bichos em
uma aventura pelo mundo dos
dinossauros, e Scratita, uma fêmea que vem azucrinar a vida
de Scrat, disputando sua noz.
A era do 3D
Há também uma novidade
técnica: "A Era do Gelo 3" tem
cópias no formato 3D.
"É o que está pegando agora,
e o nosso ambiente [cinema de
animação] é o mais adaptado a
esse processo. É um modo de
entretenimento que veio para
ficar por um tempo."
Há que se ponderar, no entanto, que o acesso ao 3D ainda
é limitado, principalmente no
Brasil. Sai prejudicado o espectador que não puder assistir ao
desenho nesse formato?
"Acho que não perde muito.
É a mesma história, os mesmos
personagens e diálogos. O que o
público perde é a sensação de
imersão, de estar num passeio
de montanha-russa."
O lançamento no formato da
moda é parte da estratégia para
tentar repetir o sucesso do anterior, que arrecadou quase oito vezes seu custo, estimado em
US$ 80 milhões.
"Quando você parte para
uma sequência, uma das razões
principais é a parte financeira:
você encontrou um nicho, tem
um público cativo que faz com
que a projeção de lucro seja
mais certeira. Há uma certa
pressão para superar os resultados do anterior, mas desde
que o filme se pague, está bom."
"A Era do Gelo 4'?
Como lucro não costuma ser
problema para uma produção
desse tipo -vale lembrar que
animações geram incontáveis
oportunidades de licenciamento de produtos-, uma nova
continuação é quase uma obrigação comercial.
"Como estúdio [Saldanha é
do Blue Sky], é natural que já
comecemos a pensar no quarto
episódio. Mas, como diretor, é o
último. Se fizer outro, vai ser
como produtor-executivo. Já
estou em outro projeto, o "Rio"
[leia mais ao lado]."
Colaborou DIOGO BERCITO, da Reportagem Local
A ERA DO GELO 3
Direção: Carlos Saldanha
Produção: EUA, 2009
Onde: estreia quarta, nos cines Eldorado, Bristol e circuito
Classificação: livre
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