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crítica
Terceiro episódio mantém fôlego
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Terceiros episódios
de franquias costumam dar sinais
de exaustão, como demonstram "O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas"
(2003), "Homem-Aranha
3" (2007) e "Shrek III"
(2007). Em "A Era do Gelo 3", essa constante é
revogada.
A tecnologia explica
parte do êxito. Embora o
segundo episódio tenha
sido lançado há pouco
mais de três anos, o desenvolvimento da parafernália digital por trás
das técnicas de animação,
nesse curto período, pode
ser notada até mesmo pelo espectador leigo.
É possível que a riqueza
da textura visual e dos
movimentos consiga arrebanhar admiradores inclusive na fatia do público
de animação que se mantém resistente à era digital. Para dobrar os mais
radicais, recomenda-se a
projeção em 3D, que reafirma, com sua excelência,
o potencial do formato para o cinema de massas.
De pouco adiantaria o
avanço tecnológico, no
entanto, se não houvesse
a contrapartida narrativa.
Capaz de divertir tanto
crianças quanto os pais
arrastados por elas aos cinemas (e não seria demais
imaginar também o inverso), a história combina espertezas de mercado com
bom humor e peripécias
de ação.
O principal reforço do
elenco com falas é um biruta destemido, espécie
de capitão Ahab obcecado
pela busca de sua Moby
Dick em forma de dinossauro. Essa figura tresloucada sublinha os contrastes de que se alimenta o
filme - entre família e liberdade, sedentarismo e
aventura, vida em comunidade e solidão - e o defende da capitulação ao
conservadorismo.
Avaliação: ótimo
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