São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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crítica

Terceiro episódio mantém fôlego

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Terceiros episódios de franquias costumam dar sinais de exaustão, como demonstram "O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas" (2003), "Homem-Aranha 3" (2007) e "Shrek III" (2007). Em "A Era do Gelo 3", essa constante é revogada.
A tecnologia explica parte do êxito. Embora o segundo episódio tenha sido lançado há pouco mais de três anos, o desenvolvimento da parafernália digital por trás das técnicas de animação, nesse curto período, pode ser notada até mesmo pelo espectador leigo.
É possível que a riqueza da textura visual e dos movimentos consiga arrebanhar admiradores inclusive na fatia do público de animação que se mantém resistente à era digital. Para dobrar os mais radicais, recomenda-se a projeção em 3D, que reafirma, com sua excelência, o potencial do formato para o cinema de massas.
De pouco adiantaria o avanço tecnológico, no entanto, se não houvesse a contrapartida narrativa. Capaz de divertir tanto crianças quanto os pais arrastados por elas aos cinemas (e não seria demais imaginar também o inverso), a história combina espertezas de mercado com bom humor e peripécias de ação.
O principal reforço do elenco com falas é um biruta destemido, espécie de capitão Ahab obcecado pela busca de sua Moby Dick em forma de dinossauro. Essa figura tresloucada sublinha os contrastes de que se alimenta o filme - entre família e liberdade, sedentarismo e aventura, vida em comunidade e solidão - e o defende da capitulação ao conservadorismo.


Avaliação: ótimo




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