|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Canal FizTV estréia hoje na TVA
Emissora terá programação 100% formada por vídeos produzidos por internautas; diretor aposta em vocação "autoral"
Filmes de animação, curtas-metragens, documentários e esquetes humorísticos se revezarão no ar; USP e PUC-SP estão entre as parceiras
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O barbudo "esquentadinho"
Chuck Norris, quem diria, virou sinônimo de bom audiovisual -no Brasil, pelo menos. O
rei das fitas policiais B empresta o nome à mais alta "patente"
conferida aos autores dos vídeos postados no site Fiz
(www.fiztv.com.br), que ganha versão televisiva amanhã,
com a estréia do canal pago
FizTV (por enquanto, só para
assinantes da TVA).
Com programação 100%
composta por conteúdo produzido pela audiência, o canal exibirá, 24 horas por dia, os trabalhos mais bem avaliados pelos
internautas cadastrados no
Fiz. Os vídeos serão agrupados
em núcleos temáticos, como
humor (Fiz.Humor), animação
(Fiz.Anima), turismo (Fiz.Lugares) e inclassificáveis
(Fiz.Tura, corruptela de mistura). Haverá também programas
que servirão de vitrine para
criações dos alunos de parceiros, como a USP e a PUC-SP.
O público não verá apresentadores. De sexta a domingo,
em blocos de oito horas, vão ao
ar as edições inéditas. Reprises
ocuparão o resto da semana.
A popularidade do YouTube
indica que, em doses homeopáticas, vídeos que exploram a
gaiatice e o voyeurismo nossos
de cada dia dão ibope. Mas será
que existe demanda (tanto por
parte dos realizadores quanto
pela audiência) por um canal
de TV exclusivamente dedicado à produção "artesanal"?
O gerente de conteúdo do
FizTV, Marcelo Botta, diz que
o apelo do canal está na organização, em categorias claras, de
um conteúdo que o internauta
encontra disperso na rede. "E,
para quem produz, mais do que
um porta-arquivos de vídeos de
terceiros, como o YouTube, o
FizTV é um espaço para trabalhos autorais", emenda.
O ator paulistano Felipe
Reis, 25, criador da série de esquetes cômicos "Conversas de
Elevador", que será exibida na
estréia do FizTV,
vê no canal "uma bela porta"
-o que não o impediu de colocar seus vídeos também no
YouTube, "que dá mais retorno". "Se [o FizTV] vai dar certo,
é um mistério, mas acho que
pouca gente sabe dele."
Com a ajuda de parentes e
amigos e inspirado pelo formato da série da década de 80
"Anos Incríveis" (em que longos "offs" revelavam os pensamentos do protagonista), Reis
já gravou 20 "pílulas" sobre
saias justas de elevador. O set é
o prédio em que vive, na Bela
Vista (centro de São Paulo), e,
para evitar embaraços não-ficcionais com os vizinhos, ele só
filma durante a madrugada.
A boa repercussão das "Conversas" no site Fiz, que garantiu ao ator vaga na estréia do
canal, ainda não afetou o cachê:
ele recebeu R$ 50 pelo primeiro esquete, "O Moleke do 12". O
gerente de conteúdo do FizTV
promete que, em breve, a remuneração chegará a R$ 500.
Texto Anterior: Gilberto Braga e Dennis Carvalho formam par perfeito na emissora Próximo Texto: Televisão: TV Cultura exibe concerto de Festival Índice
|