São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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Canal FizTV estréia hoje na TVA

Emissora terá programação 100% formada por vídeos produzidos por internautas; diretor aposta em vocação "autoral"

Filmes de animação, curtas-metragens, documentários e esquetes humorísticos se revezarão no ar; USP e PUC-SP estão entre as parceiras

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O barbudo "esquentadinho" Chuck Norris, quem diria, virou sinônimo de bom audiovisual -no Brasil, pelo menos. O rei das fitas policiais B empresta o nome à mais alta "patente" conferida aos autores dos vídeos postados no site Fiz (www.fiztv.com.br), que ganha versão televisiva amanhã, com a estréia do canal pago FizTV (por enquanto, só para assinantes da TVA).
Com programação 100% composta por conteúdo produzido pela audiência, o canal exibirá, 24 horas por dia, os trabalhos mais bem avaliados pelos internautas cadastrados no Fiz. Os vídeos serão agrupados em núcleos temáticos, como humor (Fiz.Humor), animação (Fiz.Anima), turismo (Fiz.Lugares) e inclassificáveis (Fiz.Tura, corruptela de mistura). Haverá também programas que servirão de vitrine para criações dos alunos de parceiros, como a USP e a PUC-SP.
O público não verá apresentadores. De sexta a domingo, em blocos de oito horas, vão ao ar as edições inéditas. Reprises ocuparão o resto da semana.
A popularidade do YouTube indica que, em doses homeopáticas, vídeos que exploram a gaiatice e o voyeurismo nossos de cada dia dão ibope. Mas será que existe demanda (tanto por parte dos realizadores quanto pela audiência) por um canal de TV exclusivamente dedicado à produção "artesanal"?
O gerente de conteúdo do FizTV, Marcelo Botta, diz que o apelo do canal está na organização, em categorias claras, de um conteúdo que o internauta encontra disperso na rede. "E, para quem produz, mais do que um porta-arquivos de vídeos de terceiros, como o YouTube, o FizTV é um espaço para trabalhos autorais", emenda.
O ator paulistano Felipe Reis, 25, criador da série de esquetes cômicos "Conversas de Elevador", que será exibida na estréia do FizTV, vê no canal "uma bela porta" -o que não o impediu de colocar seus vídeos também no YouTube, "que dá mais retorno". "Se [o FizTV] vai dar certo, é um mistério, mas acho que pouca gente sabe dele."
Com a ajuda de parentes e amigos e inspirado pelo formato da série da década de 80 "Anos Incríveis" (em que longos "offs" revelavam os pensamentos do protagonista), Reis já gravou 20 "pílulas" sobre saias justas de elevador. O set é o prédio em que vive, na Bela Vista (centro de São Paulo), e, para evitar embaraços não-ficcionais com os vizinhos, ele só filma durante a madrugada.
A boa repercussão das "Conversas" no site Fiz, que garantiu ao ator vaga na estréia do canal, ainda não afetou o cachê: ele recebeu R$ 50 pelo primeiro esquete, "O Moleke do 12". O gerente de conteúdo do FizTV promete que, em breve, a remuneração chegará a R$ 500.


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