|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Funesta, cena "new grave" anima o rock britânico
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o perdão do trocadilho
macabro, o cenário pop onde o
Horrors vem se destacando é o
do... horror. Um clima funesto
assombra a música jovem britânica desde o ano passado e
vem ganhando lugares interessantes nas paradas. É a chamada -atenção para a alcunha-
"new grave" ("grave" significa
"túmulo", sendo aí óbvia corruptela de "rave" ou "wave").
A despeito do visual de filme
de terror, do nome desgraçado
de seus integrantes (Faris Canalha, Zé do Caixão...), o Horrors tem até bom-humor nessa
"desgraceira musical" do Reino
Unido, a tal cena Fright Club
(clube do medo), em outra
brincadeira de palavras.
Para quem apareceu com a
música "Sheena Is a Parasite",
sobre a decrépita e perturbada
moça Sheena, personagem
também de música dos Ramones e do Cramps, o Horrors
sempre mostrou mais pose que
pessimismo. Mais estilo que
desespero. Diferente dos contemporâneos do Glasvegas (outro concorrente ao Mercury
Prize) e do White Lies, duas das
bandas mais faladas do Reino
Unido atualmente. Aqui a "new
grave" é coisa mais pesada.
Os escoceses do Glasvegas ficaram tão grandes que quase dá
para dizer que chegaram ao
mainstream. O destaque que
ganharam em vendas e alta rotatividade em rádio e TV veio
por conta de som pesado, indie-gótico, com letras que versam
sobre suicídio, assassinato, estupro e crimes com faca.
Quando o disco de estreia do
Glasvegas foi lançado, em setembro de 2008, brigou pelo topo das paradas com o álbum
que marcou a volta do supergrupo Metallica.
O Glasvegas está no meio de
sua segunda turnê americana
deste ano, em que abriu os
shows do Oasis na Europa e em
estádios do Reino Unido. Ecoarão seu som deprê ainda pelos
megafestivais tipo Lollapalooza (EUA) e Reading Festival
(Inglaterra) e serão a banda-suporte do U2 no estádio de
Wembley no próximo dia 15.
Sobre o White Lies, outro integrante do dark pop britânico
atual, basta falar que seu disco
de estreia, lançado neste ano,
chama "To Lose My Life..."
(perder minha vida). Eles estão
ocupados na Ásia com a "Summer of Death", série de shows
com nome inspirado em seu
single macabro "Death", cuja
letra é narrada por alguém já
morto, vendo "o mundo dos vivos" de uma nuvem.
Logo mais embarcam em
turnê europeia em estádios
com o Coldplay (com shows no
Wembley), tocam no Reading
Festival, percorrem os EUA
com o Kings of Leon, assumem
sozinhos outra turnê europeia
e depois britânica.
Soa paradoxal, mas em 2009
a "new grave" está para lá de
animada.
Texto Anterior: CDs/DVDs Próximo Texto: Thiago Ney Índice
|