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Bem-acabadas, obras resgatam o passado do autor
DA REPORTAGEM LOCAL
São dois passados bem distintos os que aparecem em
"Laertevisão" e "Piratas do Tietê - A Saga Completa", as duas
obras que Laerte está lançando.
O primeiro livro traz sua produção mais recente, ainda em
desenvolvimento -os cartuns
que ele publica na Ilustrada
aos sábados-, "um ramalhete
de memórias pessoais e televisivas", como descreve a contracapa do álbum. É também seu
passado mais distante, sua infância e adolescência, do fim
dos anos 50 ao início dos 70.
Ilustrada com muitas fotos,
desenhos e anotações de infância, além de anúncios e recortes de revistas, é um passeio
pela história da televisão brasileira e uma chave para entender o autor que viria depois.
O menino religioso, depois
adolescente parnasiano, filho
da classe média brasileira no
tempo em que ela ainda não
havia sido massacrada, alternava-se entre a cultura popular
(seriados e desenhos da TV, gibis) e a erudita (com música,
autores e pintores clássicos).
É dessa mistura, acrescida
das experiências libertárias dos
anos 70 (com sexo, drogas, política e rock'n'roll), que surgiria
o criador dos Piratas do Tietê,
cuja saga se iniciaria na "Chiclete com Banana", do amigo
Angeli, em 1986.
Fantasia e realidade
A idéia, que ele já havia executado com seu primeiro personagem, Leão, era colocar figuras de fantasia num cenário
realista. Assim, a nau dos bucaneiros navegaria o poluído rio
Tietê, na capital paulista.
"Piratas do Tietê - A Saga
Completa" pretende relançar
todas as histórias da corja comandada pelo Capitão, publicadas originalmente na "Chiclete", na "Circo" e em uma revista própria, homônima dos
personagens, de vida breve.
O primeiro dos três volumes
será lançado depois de amanhã,
a partir das 18h30, na Livraria
Cultura do Conjunto Nacional
(av. Paulista, 2.073, São Paulo,
tel. 0/xx/11/3170-4033).
É um trabalho cuidadoso, organizado por Toninho Mendes,
amigo e editor de Laerte, com
capa dura, um perfil biográfico
bastante detalhista (assinado
por Marcelo Alencar) e cheio
de fotos do cenário que inspirou o autor, a marginal Tietê da
década de 1980.
Acima de tudo, ali estão histórias clássicas dos Piratas, como "O Jacaré do Tietê" e a da
Orca do Playcenter.
(MAC)
LAERTEVISÃO
Editora: Conrad
Quanto: R$ 46 (126 págs.)
PIRATAS DO TIETÊ
Editoras: Devir e Jacaranda
Quanto: R$ 52 (112 págs.)
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