São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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Bem-acabadas, obras resgatam o passado do autor

DA REPORTAGEM LOCAL

São dois passados bem distintos os que aparecem em "Laertevisão" e "Piratas do Tietê - A Saga Completa", as duas obras que Laerte está lançando. O primeiro livro traz sua produção mais recente, ainda em desenvolvimento -os cartuns que ele publica na Ilustrada aos sábados-, "um ramalhete de memórias pessoais e televisivas", como descreve a contracapa do álbum. É também seu passado mais distante, sua infância e adolescência, do fim dos anos 50 ao início dos 70.
Ilustrada com muitas fotos, desenhos e anotações de infância, além de anúncios e recortes de revistas, é um passeio pela história da televisão brasileira e uma chave para entender o autor que viria depois.
O menino religioso, depois adolescente parnasiano, filho da classe média brasileira no tempo em que ela ainda não havia sido massacrada, alternava-se entre a cultura popular (seriados e desenhos da TV, gibis) e a erudita (com música, autores e pintores clássicos).
É dessa mistura, acrescida das experiências libertárias dos anos 70 (com sexo, drogas, política e rock'n'roll), que surgiria o criador dos Piratas do Tietê, cuja saga se iniciaria na "Chiclete com Banana", do amigo Angeli, em 1986.

Fantasia e realidade
A idéia, que ele já havia executado com seu primeiro personagem, Leão, era colocar figuras de fantasia num cenário realista. Assim, a nau dos bucaneiros navegaria o poluído rio Tietê, na capital paulista.
"Piratas do Tietê - A Saga Completa" pretende relançar todas as histórias da corja comandada pelo Capitão, publicadas originalmente na "Chiclete", na "Circo" e em uma revista própria, homônima dos personagens, de vida breve.
O primeiro dos três volumes será lançado depois de amanhã, a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073, São Paulo, tel. 0/xx/11/3170-4033).
É um trabalho cuidadoso, organizado por Toninho Mendes, amigo e editor de Laerte, com capa dura, um perfil biográfico bastante detalhista (assinado por Marcelo Alencar) e cheio de fotos do cenário que inspirou o autor, a marginal Tietê da década de 1980.
Acima de tudo, ali estão histórias clássicas dos Piratas, como "O Jacaré do Tietê" e a da Orca do Playcenter. (MAC)

LAERTEVISÃO
Editora:
Conrad
Quanto: R$ 46 (126 págs.)

PIRATAS DO TIETÊ
Editoras:
Devir e Jacaranda
Quanto: R$ 52 (112 págs.)


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