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Obra completa de Jorge Amado vai para a Companhia das Letras
Catálogo estava com a Record; relançamentos começarão em 2008
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Companhia das Letras
anunciou ontem que venceu a
concorrência entre oito grandes editoras brasileiras para
publicar a obra completa do escritor baiano Jorge Amado
(1912-2001). Os livros começarão a ser relançados em 2008 e
os primeiros títulos previstos
são três adultos ("Dona Flor e
Seus Dois Maridos", "Mar Morto" e "Capitães de Areia"), um
infantil ("A Bola e o Goleiro") e
ainda uma antologia de artigos
inéditos do escritor.
Desde 1975 a obra de Amado
era publicada pela editora Record, com sede no Rio de Janeiro. Com a negociação, feita ao
longo deste mês, todos os 32 títulos do catálogo passam a pertencer à Companhia das Letras.
Segundo João Jorge Amado,
60, filho do escritor, todas as
editoras concorrentes atenderam ao pedido da família "do
ponto de vista econômico".
"Mas a proposta editorial da
Companhia nos pareceu a melhor, embora todas tenham sido boas", disse João Jorge, que
não quis revelar os valores da
negociação. A Companhia também não disse quanto pagou.
Projeto editorial
Com 40 páginas, o projeto
editorial apresentado à família
Amado foi desenvolvido pela
professora Lilia Moritz
Schwarcz, o escritor Alberto da
Costa e Silva, os editores Luiz
Schwarcz e Thyago Nogueira, e
assistência da antropóloga Ilana Seltzer. O trabalho incluía
propostas de capas, promoção,
programas educativos, seminários acadêmicos, divulgação no
exterior, parcerias com outras
instituições, entre elas a Fundação Roberto Marinho, o Sesc
e a gravadora Biscoito Fino.
Como não podiam fazer convites a especialistas para escrever os futuros prefácios e eventuais posfácios, sem ter os direitos garantidos, os editores fizeram simulações com o objetivo, segundo Luiz Schwarcz, de
"valorizar ainda mais obra de
Jorge Amado não só do ponto
de vista literário como de documento social e antropológico".
Em junho, os direitos de publicação de dois outros grandes
escritores -João Ubaldo Ribeiro e João Cabral de Melo Neto
(1920-99)- saíram da Nova
Fronteira para a Objetiva.
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