São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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Música

Thievery Corporation promete mais que samba

Dupla de Washington é umas da atrações do Tim Festival no Rio e em São Paulo

Os álbuns "The Richest Man in Babylon" (de 2002) e "The Cosmic Game" (de 2005) saem no Brasil graças à vinda do duo


LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Produtores estrangeiros que misturam batidas eletrônicas com música brasileira adoram vir ao Brasil mostrar todo seu "samba". A dupla americana Thievery Corporation é, de certa forma, um dos artistas pioneiros nesse encontro, mas promete que os shows que fará no Rio e em São Paulo, dentro da programação do Tim Festival, terão mais do que isso.
"Sei que há gente que vai ao Brasil e toca bossa nova. É como se um DJ brasileiro viesse para os EUA tocar discos da Motown. Nossa música passa por muitos estilos; queremos dividir isso com o público, mas não tocaremos só músicas brasileiras", conta Rob Garza, 36, que divide com Eric Hilton a produção do Thievery Corp.
Os dois se encontraram em 1995, no clube de Hilton, o Eighteenth Street Lounge, em Washington, um lugar supercool onde, além de jazz ao vivo, há espaço para bossa nova, dubs jamaicanos e muitos ritmos latinos, influências que estão nos quatro discos da dupla.
Dois deles são oportunamente lançados agora: o terceiro, "The Richest Man in Babylon" (2002), e o seguinte, "The Cosmic Game" (2005). Ambos são bons trabalhos, porém inferiores aos primeiros álbuns: a estréia, de 1997, em "Songs from the Thievery Hi-Fi", e o aclamado "The Mirror Conspiracy" (2000), que trouxe a participação da cantora Bebel Gilberto.

Participações de luxo
Mas o Brasil não é sempre representado no som da dupla por figuras famosas da MPB. Os ouvidos de Garza e Hilton vão à procura de músicos na região de Adams Morgan, em Washington, onde se concentram clubes que tocam música de outras etnias. "A maioria dos artistas com quem trabalhamos moram aqui. Há música do mundo inteiro, sons da África Ocidental, música jamaicana, cubana, brasileira... Conhecemos lá Gigi Rezende, que canta em vários bares daqui."
A cantora, desconhecida no Brasil, aparece nos créditos de "The Cosmic Game" da mesma maneira que David Byrne, Flaming Lips e Perry Farrell, três participações de luxo no último disco da dupla.
"Eu e o Eric temos um gosto musical muito eclético: dubs jamaicanos, sons de Bollywood, trilhas de filmes pornô italianos... Nossas coleções de discos passam por vários lugares e épocas: punk londrino de 77, bossa nova dos anos 60, sons da Índia. Nossa música reflete os sons que nos influenciaram", explica Garza.


THE COSMIC GAME    

THE RICHEST MAN IN BABYLON    
Artista: Thievery Corporation
Lançamento: Deckdisc
Quanto: R$ 30, em média, cada CD


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