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Música
Thievery Corporation promete mais que samba
Dupla de Washington é umas da atrações do Tim Festival no Rio e em São Paulo
Os álbuns "The Richest Man in Babylon" (de 2002) e "The Cosmic Game"
(de 2005) saem no Brasil graças à vinda do duo
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Produtores estrangeiros que
misturam batidas eletrônicas
com música brasileira adoram
vir ao Brasil mostrar todo seu
"samba". A dupla americana
Thievery Corporation é, de certa forma, um dos artistas pioneiros nesse encontro, mas
promete que os shows que fará
no Rio e em São Paulo, dentro
da programação do Tim Festival, terão mais do que isso.
"Sei que há gente que vai ao
Brasil e toca bossa nova. É como se um DJ brasileiro viesse
para os EUA tocar discos da
Motown. Nossa música passa
por muitos estilos; queremos
dividir isso com o público, mas
não tocaremos só músicas brasileiras", conta Rob Garza, 36,
que divide com Eric Hilton a
produção do Thievery Corp.
Os dois se encontraram em
1995, no clube de Hilton, o
Eighteenth Street Lounge, em
Washington, um lugar supercool onde, além de jazz ao vivo,
há espaço para bossa nova,
dubs jamaicanos e muitos ritmos latinos, influências que estão nos quatro discos da dupla.
Dois deles são oportunamente lançados agora: o terceiro,
"The Richest Man in Babylon"
(2002), e o seguinte, "The Cosmic Game" (2005). Ambos são
bons trabalhos, porém inferiores aos primeiros álbuns: a estréia, de 1997, em "Songs from
the Thievery Hi-Fi", e o aclamado "The Mirror Conspiracy"
(2000), que trouxe a participação da cantora Bebel Gilberto.
Participações de luxo
Mas o Brasil não é sempre representado no som da dupla
por figuras famosas da MPB.
Os ouvidos de Garza e Hilton
vão à procura de músicos na região de Adams Morgan, em
Washington, onde se concentram clubes que tocam música
de outras etnias. "A maioria dos
artistas com quem trabalhamos moram aqui. Há música do
mundo inteiro, sons da África
Ocidental, música jamaicana,
cubana, brasileira... Conhecemos lá Gigi Rezende, que canta
em vários bares daqui."
A cantora, desconhecida no
Brasil, aparece nos créditos de
"The Cosmic Game" da mesma
maneira que David Byrne, Flaming Lips e Perry Farrell, três
participações de luxo no último
disco da dupla.
"Eu e o Eric temos um gosto
musical muito eclético: dubs jamaicanos, sons de Bollywood,
trilhas de filmes pornô italianos... Nossas coleções de discos
passam por vários lugares e
épocas: punk londrino de 77,
bossa nova dos anos 60, sons da
Índia. Nossa música reflete os
sons que nos influenciaram",
explica Garza.
THE COSMIC GAME
THE RICHEST MAN IN BABYLON
Artista: Thievery Corporation
Lançamento: Deckdisc
Quanto: R$ 30, em média, cada CD
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