São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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Crítica

"Sr e Sra. Smith" evita pensar o matrimônio

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não estamos no tempo da crítica, mas, sim, no da publicidade. Faz poucos meses, "Sr. e Sra. Smith" (Telecine Premium, 22h), aumentou a audiência do canal ao ser lançado, na esteira de uma vasta campanha publicitária.
Poderia ser qualquer outro filme: é a publicidade que nos ordena o que ver ou o que comprar; ela aponta o que nos convém, em suma. Por isso, a crítica é odiada. Ela é que vem estragar nosso prazer -ao menos, essa é a fantasia- ao colocar em questão: opa, isso não é tão legal assim.
Mas, se a coisa é tão legal assim, por que se preocupar tanto com a opinião de uma outra pessoa? Por que não levar em conta que ela pode até nos esclarecer sobre algo, mas não substituir a nossa opinião? É que a maior parte das "nossas" opiniões é, na verdade, formada pela publicidade.
Com o perdão da palavra, "Sr. e Sra. Smith" é uma bomba que desperdiça dois atores e esteriliza a possibilidade de discutir o casamento. E os risos, se há, são amarelos.


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