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Crítica
"Sr e Sra. Smith" evita pensar o matrimônio
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não estamos no tempo da
crítica, mas, sim, no da publicidade. Faz poucos meses, "Sr. e Sra. Smith" (Telecine Premium, 22h), aumentou a audiência do canal ao ser lançado,
na esteira de uma vasta campanha publicitária.
Poderia ser qualquer outro
filme: é a publicidade que nos
ordena o que ver ou o que comprar; ela aponta o que nos convém, em suma. Por isso, a crítica é odiada. Ela é que vem estragar nosso prazer -ao menos, essa é a fantasia- ao colocar em questão: opa, isso não é
tão legal assim.
Mas, se a coisa é tão legal assim, por que se preocupar tanto com a opinião de uma outra
pessoa? Por que não levar em
conta que ela pode até nos esclarecer sobre algo, mas não
substituir a nossa opinião? É
que a maior parte das "nossas"
opiniões é, na verdade, formada pela publicidade.
Com o perdão da palavra,
"Sr. e Sra. Smith" é uma bomba
que desperdiça dois atores e esteriliza a possibilidade de discutir o casamento. E os risos, se
há, são amarelos.
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