São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2007

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Crítica

"Prada" é filme de sargento adaptado à moda

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quando as guerras estavam na moda, havia os filmes de sargento. O recruta chega xucro e sofre o diabo nas mãos de um sargento grosseiro, implacável e sem coração. Só lá pelo fim vamos descobrir que o sargento fez tudo isso para evitar a morte do recruta na hora do combate e que, pensando bem, é um sujeito de bons sentimentos.
Hoje, o que está na moda é a moda, e não é de estranhar que o Telecine Premium faça um enorme barulho para lançar "O Diabo Veste Prada" (22h). É, a rigor, um filme de sargento adaptado a este mundo.
As adaptações são inevitáveis, até porque agora se trata do adestramento de uma recruta, a jovem Andy, convocada a trabalhar na revista de moda "mais mais" do mundo como assistente de uma chefe conhecida como "Mulher-Dragão" ou algo assim. É Meryl Streep. Logo que chega, Andy não sabe nem soletrar Gabbana. Acha a moda uma bobagem. Quando chegar ao final de sua aventura estará, conforme a tradição, apta a ver o mundo de outra maneira. Suas aventuras lhe permitirão perceber virtudes na mulher-dragão.
Andy estará pronta, enfim, para as batalhas do cotidiano, assim como os recrutas de, digamos, "A Força do Destino", de Taylor Hackford (1981), ou como o aluno pobre de "Perfume de Mulher", versão americana (1992). Filmes assim podem não ser profundos, mas seu viés iniciático (passagem à idade adulta) garante-lhes um carisma inegável.


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