|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Prada" é filme de sargento adaptado à moda
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Quando as guerras estavam
na moda, havia os filmes de sargento. O recruta chega xucro e
sofre o diabo nas mãos de um
sargento grosseiro, implacável
e sem coração. Só lá pelo fim vamos descobrir que o sargento
fez tudo isso para evitar a morte do recruta na hora do combate e que, pensando bem, é um
sujeito de bons sentimentos.
Hoje, o que está na moda é a
moda, e não é de estranhar que
o Telecine Premium faça um
enorme barulho para lançar "O
Diabo Veste Prada" (22h). É,
a rigor, um filme de sargento
adaptado a este mundo.
As adaptações são inevitáveis, até porque agora se trata
do adestramento de uma recruta, a jovem Andy, convocada a trabalhar na revista de moda "mais mais" do mundo como assistente de uma chefe conhecida como "Mulher-Dragão" ou algo assim. É Meryl
Streep. Logo que chega, Andy
não sabe nem soletrar Gabbana. Acha a moda uma bobagem.
Quando chegar ao final de sua
aventura estará, conforme a
tradição, apta a ver o mundo de
outra maneira. Suas aventuras
lhe permitirão perceber virtudes na mulher-dragão.
Andy estará pronta, enfim,
para as batalhas do cotidiano,
assim como os recrutas de, digamos, "A Força do Destino",
de Taylor Hackford (1981), ou
como o aluno pobre de "Perfume de Mulher", versão americana (1992). Filmes assim podem não ser profundos, mas seu viés iniciático (passagem à
idade adulta) garante-lhes um
carisma inegável.
Texto Anterior: Televisão Canal Brasil exibe série de curtas sobre choro Próximo Texto: Série: DVD de "Brasileirinho" terá extras com making of Índice
|