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TELEVISÃO
Crítica
"O Segredo do Grão" é lento, mas há muito para ser visto
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Como vive um árabe na
França? Essa é, talvez, a primeira pergunta que nos endereça "O Segredo do Grão" (TC
Cult, 22h, 14 anos). E talvez alguém logo pense que não tem
nada com isso -o que em parte
é verdade, aliás.
Mas não de todo, pois no filme de Abdel Kechiche há o desemprego, o sentimento de distância da pátria, uma certa tristeza. Em segundo lugar, o filme
trata da abertura de um restaurante típico, em que, por um lado, se preservará um aspecto
cultural importante e, por outro, talvez o mais importante,
se estabelecerá o contato entre
as culturas dos dois países.
O que acontece no meio, entretanto? A vida. Os obstáculos
que surgem não são obra de nenhum vilão. São coisas que vão
de formalidade para empréstimos a crueldades infantis. O
drama corre suave. Há quem
reclame que é lento. Melhor,
porque lá existe muito a ver.
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