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Crítica
Cat Power se solta em noite das antidivas em São Paulo
Sidinei Lopes/Folha Imagem
| Cat Power no seu segundo e melhor show em SP, anteontem |
DA REPORTAGEM LOCAL
Anunciada com pompa e
circunstância como a
noite das "novas divas",
a trinca de shows do Tim Festival do último sábado, no Auditório Ibirapuera, teve pouco da
afetação típica de artistas que
costumam abraçar esse rótulo.
As brasileiras Katia B e Cibelle
e a norte-americana Cat Power
foram as atrações.
Mesmo com o forfait do principal nome, a canadense Feist,
o público não se desanimou. No
seu lugar, Cat Power fez uma
versão aprimorada de seu primeiro show, no mesmo auditório, dois dias antes.
"Estou feliz de cantar em São
Paulo de novo. Foi ótima esta
segunda chance, porque eu não
gostei do outro dia", disse ela,
mais à vontade com a platéia.
Na postura, a cantora não
tem nada de diva. Parecia que
não tinha tirado, desde quinta,
a camiseta verde, a calça jeans
preta, o sapato branco e as luvas -só usou um novo acessório, uma gravata de paetê.
Logo no início, ela convidou
o público a se levantar das cadeiras e ir à frente do palco.
Com a platéia por perto, Cat
Power se soltou. Pegou nas
mãos dos fãs, fez poses para fotos e aceitou presentes e flores.
O repertório foi definitivamente de soul, blues e country,
menos melancólico e mais dançante do que o da outra apresentação. Quando a platéia pediu alguma música antiga -ela
privilegiou canções de seu próximo disco-, a cantora fez careta e respondeu: "Muito depressivo, muito depressivo".
Freak tropicalista
A atitude antidiva também
guiou a apresentação de Cibelle, cantora paulistana que vive
em Londres há seis anos.
Cibelle subiu ao palco evocando a Abravanation -"movimento" de artistas moderninhos que mistura cores berrantes e estampas extravagantes-,
espécie de revisão tropicalista.
A cantora fez do palco uma
extensão de sua casa. Tirou a
saia, pensou alto e fez paródia
de aula de aeróbica. Chamou
até uma amiga para improvisar.
Vanessa da Mata entrou meio
deslocada e, em cima de uma
base, cantou "Boa Sorte".
Para além dos badulaques,
Cibelle estava afinada com o repertório de seu disco, "The Shine of Dried Electric Leaves".
Katia B abriu a noite e foi a
única que seguiu o script e
manteve a pose de diva, num
show correto, mas frio.
(BRUNO YUTAKA SAITO E TEREZA NOVAES)
Cat Power: ótimo
Cibelle: bom
Kátia B: regular
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