São Paulo, segunda-feira, 29 de outubro de 2007

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Crítica

Cat Power se solta em noite das antidivas em São Paulo

Sidinei Lopes/Folha Imagem
Cat Power no seu segundo e melhor show em SP, anteontem


DA REPORTAGEM LOCAL

Anunciada com pompa e circunstância como a noite das "novas divas", a trinca de shows do Tim Festival do último sábado, no Auditório Ibirapuera, teve pouco da afetação típica de artistas que costumam abraçar esse rótulo. As brasileiras Katia B e Cibelle e a norte-americana Cat Power foram as atrações.
Mesmo com o forfait do principal nome, a canadense Feist, o público não se desanimou. No seu lugar, Cat Power fez uma versão aprimorada de seu primeiro show, no mesmo auditório, dois dias antes.
"Estou feliz de cantar em São Paulo de novo. Foi ótima esta segunda chance, porque eu não gostei do outro dia", disse ela, mais à vontade com a platéia.
Na postura, a cantora não tem nada de diva. Parecia que não tinha tirado, desde quinta, a camiseta verde, a calça jeans preta, o sapato branco e as luvas -só usou um novo acessório, uma gravata de paetê.
Logo no início, ela convidou o público a se levantar das cadeiras e ir à frente do palco. Com a platéia por perto, Cat Power se soltou. Pegou nas mãos dos fãs, fez poses para fotos e aceitou presentes e flores.
O repertório foi definitivamente de soul, blues e country, menos melancólico e mais dançante do que o da outra apresentação. Quando a platéia pediu alguma música antiga -ela privilegiou canções de seu próximo disco-, a cantora fez careta e respondeu: "Muito depressivo, muito depressivo".

Freak tropicalista
A atitude antidiva também guiou a apresentação de Cibelle, cantora paulistana que vive em Londres há seis anos.
Cibelle subiu ao palco evocando a Abravanation -"movimento" de artistas moderninhos que mistura cores berrantes e estampas extravagantes-, espécie de revisão tropicalista.
A cantora fez do palco uma extensão de sua casa. Tirou a saia, pensou alto e fez paródia de aula de aeróbica. Chamou até uma amiga para improvisar. Vanessa da Mata entrou meio deslocada e, em cima de uma base, cantou "Boa Sorte".
Para além dos badulaques, Cibelle estava afinada com o repertório de seu disco, "The Shine of Dried Electric Leaves".
Katia B abriu a noite e foi a única que seguiu o script e manteve a pose de diva, num show correto, mas frio. (BRUNO YUTAKA SAITO E TEREZA NOVAES)


Cat Power: ótimo
Cibelle: bom
Kátia B: regular


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