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Crítica
Filme confirma cinema culto de Pernambuco
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Cinema, Aspirinas e Urubus" (Canal Brasil, 22h) não
muda o cinema do mundo, é
verdade. Mas traz isso que é tão
raro no cinema brasileiro atual,
que é uma boa ficção.
Lá temos um alemão que viaja pelo Nordeste, armando sua
tela e passando uns filmes que
lhe permitem melhor vender
aspirinas. No caminho, ele topa
com um habitante local que, à
falta de melhor coisa a fazer, se
torna seu ajudante.
Estamos na Segunda Guerra,
e esses dois homens fazem do
acaso um encontro, pois ali estão dois tipos físicos, duas maneiras de falar e estar no mundo, duas tradições -tudo os diferencia. Mas numa coisa eles
se parecem muito: são ambos
seres sem eira nem beira, num
lugar perdido do mundo, onde
parece que nem a guerra, por
mundial que seja, vai chegar.
Há vários nomes relevantes
envolvidos na realização deste
filme dirigido por Marcelo Gomes, inclusive dois ótimos atores. Mas há, sobretudo, uma
tradição que se confirma:
Pernambuco produz um cinema culto.
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