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TELEVISÃO
Crítica
"Diabo Veste Prada" mostra rito de iniciação
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há ótimos filmes para vagabundear. "O Diabo Veste Prada" (Telecine Pipoca, 20h; não indicado a menores de 12 anos) é um deles. É um prazer apenas observar Meryl Streep se divertindo ao fazer o papel da megera editora que, talvez, não seja tão megera assim.
E há Anne Hathaway, uma gracinha, a gata borralheira que vai sendo transformada pelo mundo da moda, antes de ela própria completar seu aprendizado e decretar que sua personalidade está completa.
Os filmes de vagabundear são, não raro, filmes de iniciação. Alguém que não está formado vai se formar. Nesse processo, eventualmente transformará os mais velhos (e enferrujados ou corrompidos). O mesmo sintoma aparece em "Perfume de Mulher" ou em "Legalmente Loira", digamos.
E por que são filmes para vagabundear? Por isso. Eles isolam o aprendizado do mundo propriamente dito, fazem dele uma questão em si.
É isso que não existe na vida, que a simplifica brutalmente. Mas é simpático.
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