São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2001

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ROCK

Baixista do quinteto nova-iorquino diz que só falta assinar contrato para que a banda se apresente no país em 2002

Strokes espera papelada para vir ao Brasil

CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo nova-iorquino Strokes não é mais a banda eleita para salvar o rock das trevas. Desde que seu disco de estréia, "Is This It", foi lançado, em outubro, o hype em torno da banda acalmou.
E mais: o título de banda salvadora do rock cabe agora aos também americanos dos White Stripes. Mas, para os Strokes, isso não quer dizer nada. "Se os White Stripes estão fazendo sucesso, achamos ótimo, porque é mais uma banda de rock se dando bem", disse à Folha o baixista do grupo, Nikolai Fraiture, 23.
Fraiture disse também que "só falta assinar uns papéis" para que o grupo confirme a vinda, no ano que vem, ao Brasil, país onde o CD "Is This It" vendeu 30 mil cópias em um mês e meio.
Se você esteve neste planeta em 2001 e acompanhou, ainda que de longe, notícias sobre o mundo do rock, certamente ouviu dizer muita coisa sobre os Strokes.
Na entrevista a seguir você fica sabendo como foi o agitado ano dos Strokes, do anonimato às capas de todas as revistas de música, segundo um de seus integrantes.

Folha - Um dos integrantes dos Strokes [o baterista Fabrizio Moretti" é brasileiro e vocês estão vendendo bem por aqui. Vocês devem tocar no Brasil no ano que vem?
Nikolai Fraiture -
Queremos muito ir, só falta assinar uns papéis aí. Não posso dizer exatamente quando, mas certamente vai ser no ano que vem.

Folha - O que aconteceu com vocês foi muito súbito. Um dia vocês estavam ensaiando e no dia seguinte já tinham shows disputadíssimos na Inglaterra. O que mudou do começo do ano para cá?
Fraiture -
A gente continua encarando tudo de forma muito natural. Somos os mesmos caras, não mudamos nossa maneira de pensar nem de agir. O jeito que a gente pensa em música é o mesmo. Nada mudou, exceto nosso estilo de vida. Quer dizer, saímos de casa e vivemos de um hotel para o outro. A vida na estrada é bem diferente da que levávamos em casa. Ah, outra coisa que mudou foi o nosso jeito de encarar a indústria da música.

Folha - Mas a postura de vocês em relação à indústria da música sempre pareceu algo bem planejado e pouco ingênuo...
Fraiture -
É, apesar da pouca experiência, não dá para dizer que entramos nessa sem pensar. E escolhemos pessoas legais para trabalhar com a gente, amigos mesmo. Acho que você se enche de força quando se junta com gente do bem. A confiança te traz energia. Além disso, o que realmente contou foi o fato de a gente querer mergulhar na coisa. Sacou?

Folha - Por que os Strokes aconteceram primeiro na Inglaterra?
Fraiture -
Antes de acontecer lá, a gente já era grande em Nova York. A banda foi absorvida muito rápido pelo cenário rock'n'roll da cidade. Rolou um boca a boca, as pessoas logo começaram a falar da gente. Mas, é verdade, em seguida foi a Inglaterra que nos elegeu. Acho que lá o povo é muito mais aberto à nova música. Eles digerem novas bandas mais rápido na Inglaterra que nos EUA.

Folha - No começo deste ano, o [semanário inglês" "NME" elegeu vocês como os salvadores do rock. Agora, da mesma maneira, os White Stripes são os escolhidos da vez. Vocês se preocupam em não mais estar na mira dos holofotes?
Fraiture -
Nem a pau. Não pensamos nisso. Se os White Stripes estão fazendo sucesso, achamos ótimo, porque é mais uma banda de rock se dando bem.

Folha - Vocês estão preparando músicas para um novo álbum?
Fraiture -
Nunca pensamos em compor coisas para um álbum. Trabalhamos música a música, separadamente. Estamos no momento fazendo novas canções, sim. Talvez soem um pouco diferente do que fizemos em "Is This It", mas ainda vai ser rock'n'roll.

Folha - Que banda você apontaria como sangue novo do rock?
Fraiture -
The Moldy Peaches, você conhece? Adoramos. E tem também [a banda alemã" Stereo Total. Já os White Stripes... ainda não ouvi, mas estou supercurioso.


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