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ROCK
Baixista do quinteto nova-iorquino diz que só falta assinar contrato para que a banda se apresente no país em 2002
Strokes espera papelada para vir ao Brasil
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo nova-iorquino Strokes
não é mais a banda eleita para salvar o rock das trevas. Desde que
seu disco de estréia, "Is This It",
foi lançado, em outubro, o hype
em torno da banda acalmou.
E mais: o título de banda salvadora do rock cabe agora aos também americanos dos White Stripes. Mas, para os Strokes, isso não
quer dizer nada. "Se os White
Stripes estão fazendo sucesso,
achamos ótimo, porque é mais
uma banda de rock se dando
bem", disse à Folha o baixista do
grupo, Nikolai Fraiture, 23.
Fraiture disse também que "só
falta assinar uns papéis" para que
o grupo confirme a vinda, no ano
que vem, ao Brasil, país onde o
CD "Is This It" vendeu 30 mil cópias em um mês e meio.
Se você esteve neste planeta em
2001 e acompanhou, ainda que de
longe, notícias sobre o mundo do
rock, certamente ouviu dizer
muita coisa sobre os Strokes.
Na entrevista a seguir você fica
sabendo como foi o agitado ano
dos Strokes, do anonimato às capas de todas as revistas de música,
segundo um de seus integrantes.
Folha - Um dos integrantes dos
Strokes [o baterista Fabrizio Moretti" é brasileiro e vocês estão vendendo bem por aqui. Vocês devem
tocar no Brasil no ano que vem?
Nikolai Fraiture - Queremos
muito ir, só falta assinar uns papéis aí. Não posso dizer exatamente quando, mas certamente
vai ser no ano que vem.
Folha - O que aconteceu com vocês foi muito súbito. Um dia vocês
estavam ensaiando e no dia seguinte já tinham shows disputadíssimos na Inglaterra. O que mudou
do começo do ano para cá?
Fraiture - A gente continua encarando tudo de forma muito natural. Somos os mesmos caras,
não mudamos nossa maneira de
pensar nem de agir. O jeito que a
gente pensa em música é o mesmo. Nada mudou, exceto nosso
estilo de vida. Quer dizer, saímos
de casa e vivemos de um hotel para o outro. A vida na estrada é
bem diferente da que levávamos
em casa. Ah, outra coisa que mudou foi o nosso jeito de encarar a
indústria da música.
Folha - Mas a postura de vocês em
relação à indústria da música sempre pareceu algo bem planejado e
pouco ingênuo...
Fraiture - É, apesar da pouca experiência, não dá para dizer que
entramos nessa sem pensar. E escolhemos pessoas legais para trabalhar com a gente, amigos mesmo. Acho que você se enche de
força quando se junta com gente
do bem. A confiança te traz energia. Além disso, o que realmente
contou foi o fato de a gente querer
mergulhar na coisa. Sacou?
Folha - Por que os Strokes aconteceram primeiro na Inglaterra?
Fraiture - Antes de acontecer lá,
a gente já era grande em Nova
York. A banda foi absorvida muito rápido pelo cenário rock'n'roll
da cidade. Rolou um boca a boca,
as pessoas logo começaram a falar
da gente. Mas, é verdade, em seguida foi a Inglaterra que nos elegeu. Acho que lá o povo é muito
mais aberto à nova música. Eles
digerem novas bandas mais rápido na Inglaterra que nos EUA.
Folha - No começo deste ano, o
[semanário inglês" "NME" elegeu
vocês como os salvadores do rock.
Agora, da mesma maneira, os White Stripes são os escolhidos da vez.
Vocês se preocupam em não mais
estar na mira dos holofotes?
Fraiture - Nem a pau. Não pensamos nisso. Se os White Stripes
estão fazendo sucesso, achamos
ótimo, porque é mais uma banda
de rock se dando bem.
Folha - Vocês estão preparando
músicas para um novo álbum?
Fraiture - Nunca pensamos em
compor coisas para um álbum.
Trabalhamos música a música,
separadamente. Estamos no momento fazendo novas canções,
sim. Talvez soem um pouco diferente do que fizemos em "Is This
It", mas ainda vai ser rock'n'roll.
Folha - Que banda você apontaria
como sangue novo do rock?
Fraiture - The Moldy Peaches,
você conhece? Adoramos. E tem
também [a banda alemã" Stereo
Total. Já os White Stripes... ainda
não ouvi, mas estou supercurioso.
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