São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Crítica

Terror de Polanski mexe com a cabeça do mais incrédulo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ao contrário do que acontece hoje em dia, nos anos 60 ninguém parecia mais acreditar em Deus.
Roman Polanski desafiou essa descrença quando fez o filme "O Bebê de Rosemary" (Telecine Cult, 22h).
Não que Deus estivesse assim tão implicado, mas estava seu contrário, o Anticristo. Rosemary tem seu futuro bebê dedicado ao mal, embora não o saiba, pois ele será o herdeiro do demônio.
O que importa nisso tudo é a condução da trama, a maneira como somos levados por esse núcleo dissimulado que se reúne em torno do marido (John Cassavetes) e se alimenta da ignorância de Rosemary sobre seus desígnios.
Desígnios que parecem ter a cor verde, um verde-musgo cujo lado sinistro vai se revelando pouco a pouco, com o mobiliário, com a disposição dos cômodos no apartamento.
Eis aí um belo filme terrível, que mexe com o imaginário do mais ateu dos seres.


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