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Mônica Bergamo
@ - bergamo@folhasp.com.br
ERRO DE PORTUGUÊS
Leo Caobelli/Folha Imagem
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"Se errei, peço perdão e corrijo"
No lançamento de um livro
que reúne estudos em sua homenagem, em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso falou à coluna anteontem sobre o erro de português
que cometeu ao dizer que os tucanos sabem "muito bem falar
nossa língua" e que quer "brasileiros melhor educados", numa
referência ao presidente Lula.
O correto, segundo a norma
culta da língua, é "mais bem
educados".
FOLHA - O senhor acha que cometeu um erro de português na crítica
ao presidente Lula?
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO -
Não é verdade. Acho que não
[cometi erro]. Aliás, eles não
disseram quem era o gramático
[que apontou o erro]. Mas o [assessor de FHC] Eduardo Graeff
até respondeu que, pelo
"Houaiss", quando você diz
"mais bem-educado" é "mais
cortês, mais amável". Eu não
queria dizer isso.
FOLHA - Mas esse "bem-educado"
a que o Graeff se refere é com hífen.
FHC - Ou sem hífen também.
FOLHA - O correto, para o que o senhor queria dizer, é "bem educado"
sem hífen. O Eduardo Graeff foi até
desmentido pelo professor Pasquale Cipro Neto, que explicou a diferença.
FHC - É, eu vi. Mas não sei, não
estou preocupado. Isso aí é polêmica gramatical [risos]. É
bom, polêmica é sempre bom.
Se errei, peço perdão e corrijo.
Mas até agora não consegui ver
por que eu não posso dizer
"melhor educado" em vez de
"mais bem educado". Não sei.
Qual é a regra? Você sabe? O
que me obriga?
FOLHA - É que, antes de um particípio, como "educado", é preciso usar
a forma "mais bem", e não "melhor". Por exemplo, "mais bem pago", e não "melhor pago".
FHC - Pode ser, mas a língua é
algo vivo. Os gramáticos fixam
as regras, mas isso muda. Todo
mundo fala assim, vai mudando
a língua. Mas, em todo caso,
procurarei dizer "mais bem
educado" de agora em diante.
FOLHA - Sua declaração foi feita
bem no dia em que o "mensalão"
tucano, de Minas, estava no foco.
FHC - O que isso tem a ver? Não
tem nada a ver uma coisa com a
outra.
FOLHA - Sua declaração gerou novas críticas ao partido.
FHC - Imagina! Vocês estão
querendo pegar pêlo em ovo.
Tenha paciência! Convenção é
para criticar. Nós estamos na
oposição, temos que criticar.
Não tem nada, não! Olha, seria
inapropriado se eu fosse lá bajular o governo. Eu tenho que ir
lá para dizer que estou na o-po-si-ção ao governo.
"Procurarei dizer
"mais bem educado"
de agora em diante"
From Brazil
A lista dos 30 filmes
selecionados para
disputar R$ 12 milhões
do BNDES, publicada na
terça-feira, já começa a
causar polêmica. Entre
os finalistas, que
concorrem a até R$ 1,5
milhão, estão
"Blindness", de
Fernando Meirelles,
estrelado por atores
estrangeiros como
Julianne Moore e filmado
boa parte fora do país, e
"Birdwatchers", co-produção da Gullane
Filmes com a Itália
-que terá um diretor
argentino, Marco Bechis.
OS GRANDÕES
"É uma contradição tão louca, um imperialismo dentro de
casa", diz Cláudio Assis, que teve o longa "Sebastianismo no
Brasil" fora da lista da estatal.
"Você vê o BNDES dando dinheiro para os grandões, os bobalhões! Esse tipo de gente não
precisa de dinheiro. Isso é ridículo!" O BNDES diz que o apoio
às co-produções com outros
países amplia a possibilidade
de inserção, exibição e mercado
para o filme nacional.
MATEMÁTICA
O produtor Fabiano Gullane
explica: "O diretor [de "Birdwatchers", orçado em R$ 7 milhões] é estrangeiro, mas 95%
da equipe é brasileira, será
100% filmado aqui, com elenco
100% brasileiro. Mas não vamos cair nessa conversa nacionalista. O Brasil precisa internacionalizar a produção". Já
"Blindness", de Meirelles, teve
75% do orçamento (R$ 53 milhões) financiado por co-produtores japoneses e canadenses. Do total, diz o diretor, R$ 15
milhões serão gastos no Brasil.
SUPER JUSTO
Crítico da Petrobras quando
seu longa "Era uma Vez" ficou
de fora do patrocínio da estatal,
o diretor Breno Silveira ("2 Filhos de Francisco") agora é só
elogios ao edital do BNDES:
"Achei super justo".
CAÇA
A subprefeitura da Vila Mariana quer fechar cerca de 40
estabelecimentos envolvidos
com o jogo do bicho na região.
Prepara para antes do Natal
uma operação com 200 fiscais,
policiais e agentes de apoio. Os
estabelecimentos flagrados serão interditados e multados em
R$ 25 mil.
CINEMA POR TEATRO
Nem "Lost", nem cinema,
nem televisão. O ator Rodrigo
Santoro ficará no Brasil no ano
que vem para fazer teatro. Ele
será o protagonista da peça "A
Música Segunda", da francesa
Marguerite Duras. Maria Fernanda Cândido fará par romântico com o ator. A direção será
de Luiz Fernando Carvalho.
VÍRUS TUCANO
E o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) virou até vírus de
computador: circula na internet um e-mail, com o remetente "Tucano Jovem" -nome do
movimento da juventude do
PSDB- e o título "Fora Renan". A mensagem tem link para um falso "comunicado", que
instala o vírus no computador
dos desavisados.
PRÊMIO
Aos 79 anos, o cientista político Candido Mendes recebe
hoje o prêmio de difusão da língua e da literatura francesa,
concedido pela Academia
Francesa, pelo livro "Le Défi de
la Différence: Entretiens sur la
Latinité" (o desafio da diferença: entrevista sobre a latinidade). Reitor da Universidade
Candido Mendes e membro da
Academia Brasileira de Letras,
ele descreve, no livro, as características contemporâneas da
latinidade.
EM NY
O ex-presidente José Sarney
lança hoje o livro "Saraminda"
em Nova York, com tradução
de Gregory Rabassa. E participa, amanhã, da 7ª Conferência
das Américas, nos EUA. Além
de economia, o senador adianta
que falará sobre "os países que
caminham para a consolidação
da democracia e os que marcham para o totalitarismo".
Sarney, aliado de Lula, tem feito críticas cada vez mais ácidas
ao presidente Hugo Chávez, da
Venezuela.
CURTO-CIRCUITO
"A HISTÓRIA DO FUTURO DO BRASIL", de Clovis Corrêa da Costa,
será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila da Lorena.
O FILME NACIONAL "Das Ruínas a Rexistência" será exibido
amanhã, na seção competitiva do 49º Festival Internacional
de Cine Documental y Cortometraje de Bilbao, na Espanha.
O FÓRUM DA CIDADANIA CONTRA A VIOLÊNCIA promove debate,
no auditório da Bolsa de Valores, entre os candidatos à
presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo.
ANDRÉ MANTOVANI, diretor-geral do grupo Abril, participa do
Fórum Responsabilidade Social e Empresarial Mercosul,
promovido pela Unesco, em Montevidéu, Uruguai.
O PRESIDENTE DO JOCKEY, Márcio Toledo, recebe hoje
convidados para festa na Vila Hípica do clube, às 20h.
"VALSAS BRASILEIRAS" estréia hoje, no Fecap, às 21h, com
Roberta Sá, Chico Pinheiro e Toninho Ferragutti.
com AUDREY FURLANETO, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO
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