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Ego e drogas prejudicaram trajetórias
DA REPORTAGEM LOCAL
Peter Bogdanovich passou
por uma transformação ao longo das filmagens de "A Última
Sessão de Cinema" (1971). Antes, era desconhecido e casado
com a diretora de arte Polly
Platt. Ao fim, tinha virado diretor celebrado e largado Platt
para ficar com Cybill Shepherd.
"A Última Sessão de Cinema"
tornou-se um marco entre os
filmes autorais nos EUA, e Bogdanovich não dirigiu mais quase nada digno de nota -é possível que muitos só o reconheçam hoje como o dr. Elliot de
"Os Sopranos" (1999/2007).
"Ele se tornou um sucesso
imediato, e com isso toda a sua
arrogância veio à tona", conta
Biskind. "Muita gente diz que
grande parte do mérito de "A
Última Sessão" é de Platt."
Se Bodganovich se afundou
no próprio ego, outros diretores perderam o rumo devido às
drogas, na avaliação de Biskind.
"Naquela época, ninguém tinha
noção de que cocaína viciava."
No livro, o "bad boy" Dennis
Hopper diz que "Sem Destino"
levou a droga a Hollywood -ela
é elemento central no roteiro
do longa. "Sou responsável pelo
problema da cocaína nos EUA",
ele diz. "Não havia cocaína nas
ruas antes de "Sem Destino".
Depois, estava por toda parte."
Assim como Hopper, Martin
Scorsese e Francis Coppola
(leia abaixo) falam no livro sobre como isso afetou suas trajetórias. Os três são alguns dos
mais de cem personagens que
aceitaram falar sobre aquele
período para Peter Biskind.
A trajetória mais triste, para
o autor, foi a do produtor Bert
Schneider, criador da BBS, empresa que lançou filmes como
"Sem Destino". "Ele era brilhante, mas perdeu tudo. Hoje,
só o que faz é processar pessoas
para arrumar dinheiro."
Nesse ponto, Biskind deu
sorte. Apesar de várias ameaças
de processo, atravessou a década sem precisar se defender nenhuma vez na Justiça.
(RC)
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