São Paulo, domingo, 29 de novembro de 2009

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Banda AC/DC empolga o público com rock clássico

Grupo australiano tocou para 70 mil anteontem, no estádio do Morumbi

Apresentação reuniu de adolescentes a público na faixa dos 50 anos; flanelinhas nas redondezas chegavam a cobrar até R$ 80

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
RODRIGO RUSSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Duas horas de um rock clássico apoiado por uma produção imponente. Assim foi a apresentação do grupo australiano AC/DC, anteontem, no estádio do Morumbi, em São Paulo. O quinteto, formado em 1973 e com mais de 200 milhões de cópias vendidas de seus 15 discos, tocou sobre um palco tão grande que o cenário incluía uma locomotiva. Aos lados e no fundo, telões exibiam imagens dos músicos, vídeos antigos da banda e animações. Se a região do estádio, na zona sul de São Paulo, sofreu com as chuvas que caíram durante a tarde e o início da noite, quando os australianos subiram no palco, às 21h35, as nuvens já haviam se dissipado. Não foram registradas ocorrências graves durante o show, mas, à tarde, um homem de 36 anos foi preso acusado pela polícia de tentar vender ingressos falsos a R$ 250. Nas redondezas do estádio, flanelinhas chegavam a cobrar até R$ 80. Entre as 70 mil pessoas que estavam no local, era fácil encontrar desde fãs contemporâneos dos músicos (cerca de 55 anos) até adolescentes acompanhados dos pais. O acessório mais visto entre o público foram chifres vermelhos que piscavam e simulavam os chifres que estavam acima do palco. Na cadeira inferior, o chileno Rafael Muñoz, 33, assistiu ao AC/DC pela segunda vez em menos de dois anos: "Já tinha visto em Paris, em maio do ano passado, mas é sempre bom ouvi-los, gosto da música deles há uns 20 anos". A satisfação dos fãs com o grupo era visível. Thiago Feltrin, 24, exaltou a produção do espetáculo: "Foi tudo de primeira linha, o som estava incrível, os efeitos visuais também. Sem contar que o Angus [Young, guitarrista] é um dos melhores do mundo".
Herói da guitarra
"Nós não falamos muito bem o "brasileiro", mas sabemos falar muito bem o rock and roll" -esse foi o vocalista Brian Johnson logo depois do começo do show, que foi iniciado por "Rock 'N Roll Train". E a banda comprovou com uma performance potente. Vestido com um colete preto, calça jeans e a indefectível boina, Johnson fazia caretas e gestos para os fãs. Mas o dono do show é Angus Young, "guitar hero" autor de alguns dos mais conhecidos riffs do rock, como o de "Back in Black", a terceira música. Em "The Jack", ele simula um striptease e mostra uma cueca com o logo do AC/DC. Durante "Let There Be Rock", Young caminha por uma extensa passarela que termina no meio do estádio. Sobre uma plataforma, ele é erguido enquanto faz um solo de guitarra. Uma chuva de papel picado cai sobre o músico. Não faltaram faixas como "Highway to Hell", "Whole Lotta Rosie" e a emocionante "You Shook Me All Night Long". Emoldurada por uma queima de fogos, a música "For Those About to Rock" encerrou a apresentação, às 23h45.

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