São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2000

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TEATRO

"Les Misérables", de Victor Hugo, e "Company", de Stephen Sondheim, são destaques na programação para 2001

Musicais atraem holofotes no eixo Rio-SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2001, os musicais da Broadway continuarão catalisando os holofotes no eixo Rio-São Paulo.
A Companhia Internacional de Entretenimento (CIE), empresa mexicana que vem transformando o bairro paulistano da Bela Vista numa espécie de versão do distrito teatral de Nova York, promete a estréia de "Les Misérables", clássico de Victor Hugo, para abril.
Trata-se do projeto que abrirá as portas do novo Paramount, teatro totalmente reformado para receber o espetáculo. A CIE do Brasil também programa, na sequência, "Chicago", de Bob Fosse, estrelado por Cláudia Raia, que atualmente encena "O Beijo da Mulher Aranha", adaptação da romance homônimo de Manuel Puig, que volta ao cartaz em janeiro, no teatro Jardel Filho.
O diretor Jorge Takla também está fazendo páreo com a empresa mexicana, por assim dizer. Ele estréia "Victor ou Victória" em agosto, no Teatro Cultura Artística, com Marília Pêra estrelando o papel que Julie Andrews viveu na Broadway. Trata-se de uma produção orçada em cerca de R$ 3 milhões, com 32 cantores e dançarinos no elenco. Haverá uma orquestra com 12 músicos.
Takla também é co-produtor de "Company", obra do compositor norte-americano Stephen Sondheim, um dos papas dos musicais da Broadway, que tem estréia prevista para 1º de fevereiro no teatro Villa-Lobos, no Rio.
Essas três montagens - "Les Misérables", "Victor ou Victória" e "Company"- são costuradas por outro nome: o do ator e músico Cláudio Botelho, que lida há 16 anos com o gênero. Ele é autor das versões dos três espetáculos, sendo que também atua no último, um sonho recorrente na carreira.
Em 95, ele já montara "Sondheim Tonight", com 20 canções de seu compositor preferido, contracenando com Cláudia Netto -parceira de vários musicais nos últimos anos.
Botelho foi contemplado recentemente com o Prêmio Governo do Estado do Rio de Janeiro pelo espetáculo "Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava", que estreou em março passado.
"Copenhagen", também uma produção da Broadway, mas não musical, será encenada em São Paulo em março. Escrita pelo jornalista britânico Michael Frayn, trata da misteriosa viagem que o físico alemão Werner Heisenberg fez a Copenhague, na Dinamarca, em 1941, auge da Segunda Guerra Mundial, para encontrar seu colega Niels Bohr. O texto está sendo traduzido por Aimar Labaki. O espetáculo será dirigido por Marco Antônio Rodrigues.
A Companhia do Latão, que encenou neste ano "A Comédia do Trabalho", elegeu para 2001 (sem previsão de estréia) o tema da relação da imprensa com a sociedade. O título provisório do espetáculo é "Lírica Jornalística".
O grupo Tapa vai montar, no primeiro semestre, "Os Órfãos de Jânio", de Millôr Fernandes, com direção de Eduardo Tolentino de Araújo.
No campo dos festivais, Curitiba ainda não fechou sua programação para o evento, que acontece de 22 de março a 1º de abril. A única atração confirmada para a décima edição, até agora, é o musical "Um Trem Chamado Desejo", do grupo mineiro Galpão.
Já o Porto Alegre em Cena, em sua oitava edição (entre 16 e 30/9) já sabe quem fará a abertura do festival: trata-se do "Concerto para Casamentos e Funerais", sob regência do maestro e compositor bósnio Goran Bregovic.
Também está programada a vinda do compositor norte-americano Philip Glass. Resta confirmar o espetáculo, diz o diretor do festival, Luciano Alabarse. Outro destaque será o "Hamlet" do diretor lituano Paris Necrosis, em que a cenografia reproduz um campo de gelo.


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