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Crítica
A aliança parece transformar o caráter do homem
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Monstruoso o homem que
não assume um relacionamento a dois, nos diz o cinema.
As comédias românticas, por
exemplo, só legitimam o amor
verdadeiro quando acompanhado por um matrimônio. É
meio assim em "Quatro Casamentos e um Funeral" (TNT,
15h), que trata como uma anomalia o solteirão convicto
Hugh Grant, um apaixonado
que reluta em assumir relação
com Andie MacDowell.
Mas não querer esse selo de
garantia faz desse sujeito tão
bacana um monstro? Ora, o
primata King Kong assume
compromisso irrestrito com
sua pequena. E a criatura de "A
Revanche do Monstro" (Telecine Cult, 16h50), que arrisca
a pele para ter a amada nos braços? Um monstro que aceita a
aliança não é mais monstro?
Curioso é que, na hora H, essas mulheres fogem dos românticos declarados. Preferem
os cafajestes, como James
Bond, que até já foi apaixonado, mas hoje não assume nada
além de algumas horas de beijos, carícias e afins. Mas isso é
cinema, não a vida real.
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