São Paulo, sábado, 29 de dezembro de 2007

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Mônica Bergamo

@ - bergamo@folhasp.com.br

Luciana Whitaker/Folha Imagem
A atriz Grazi Massafera chega à estréia do espetáculo "Alegría", do Cirque du Soleil, no Rio


"Vamos, gente! Cantem!"

A ex-BBB Grazi Massafera chega apressada e com os cabelos molhados à estréia do espetáculo "Alegría", do Cirque du Soleil, na quinta, no Rio. São 21h30 e a apresentação, prevista para as 21h, já começou. "Me atrasei porque estava gravando numa cachoeira em Petrópolis até quase agora". A atriz de "Desejo Proibido", novela das seis da Globo, diz estar "a trabalho" na platéia. Recebeu cachê? "Bom... a gente precisa, né?".
Grazi é garota-propaganda de um patrocinador da turnê.

 

Ao contrário de 2006, quando pôde captar R$ 9,4 milhões de empresas privadas para "Saltimbanco" via Lei Rouanet -que isenta os doadores de pagamento de impostos -, o Cirque du Soleil não conseguiu incentivo fiscal do governo em 2007. "Alegría" até tentou, mas o Ministério da Cultura negou o pedido. "O MinC consertou o erro do passado", diz Fernanda Montenegro, que vê o espetáculo da primeira fila com o marido, Fernando Torres. No intervalo do musical, a atriz conversou com a coluna:
 

FOLHA - O que acha de grandes espetáculos estrangeiros usarem os benefícios da Lei Rouanet?
FERNANDA MONTENEGRO -
É uma deformação. A gente vê uma política de não-atendimento [para as produções independentes], enquanto os cofres públicos se abrem para essas grandes produções.

FOLHA - Por que isso ocorre?
FERNANDA -
Falta espírito de justiça. Deve-se incentivar essas produções só se estiver sobrando dinheiro para atender a todos. E não está sobrando. Neste caso [em que o governo recusou o incentivo] houve um ajuste da lei e o governo pôde consertar um erro do passado.

FOLHA - Acompanhou o furto do Masp, em São Paulo?
FERNANDA -
Esta não é a primeira nem a última vez que roubam nosso patrimônio histórico. E sabe por quê? Porque logo cai no esquecimento e daí, ó, é tchau.

 

A atriz é interrompida por um garçom que serve a ela e ao marido uma bandeja com petiscos e água fresca. Fernanda repousa o copo sobre o palco e tenta retomar o raciocínio, até ser avisada por um segurança: "É proibido apoiar objetos aqui". Ela se desculpa, retira o copo e completa: "Se os talentos do Brasil tivessem patrocínio, chegaríamos ao nível de esplendor do Cirque du Soleil."
 

Artistas que passam pelo evento, como Reynaldo Gianecchini e Marcelo Faria, afirmam "adorar circo". A top Raica Oliveira tem restrições. "Não gosto muitos de uns circos que existem por aqui, com um monte de palhaço sem graça. E também não é a qualquer circo que a gente vai, né? Tem que ser especial, único, como o Cirque du Soleil, que é superconcorrido, todo mundo quer ir".
 

"Não aceitaram meu cheque, me empresta dinheiro aí", pede a socialite Narcisa Tamborindeguy para um amigo, na saída do evento. Com R$ 100 na mão, ela tenta fazer compras na feirinha de produtos do circo. Acaba levando dois DVDs de "Alegría", por R$ 45 cada. Narcisa esquece o troco com o vendedor e posa para fotos com crianças "carentes" que levou ao espetáculo. Ela mesma puxa o coro: "Nar-ci-saaa! Cadê vocêêê? Eu vim aqui só pra te veeeer". Após repetidas tentativas, sem sucesso, suplica: "Vamos, gente! Cantem!".

LEITURA DINÂMICA
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, aproveitou a ponte aérea Rio-SP, na quinta-feira, para ler trechos de dois livros: "O Brasil que dá Certo -O Novo Ciclo do Crescimento 1994/2005", de Stephen Kanitz; e, depois de saborear o jantar servido no avião, "1808", de Laurentino Gomes, sobre a chegada da família real ao país.

VIGÍLIA
O meia Kaká deve passar o Réveillon em São Paulo.
 

O jogador e a mulher, Caroline Celico, vão ao "Culto da Virada", que a igreja Renascer em Cristo promove na noite de segunda-feira.

POLICE DE VOLTA
Depois do show, as fotos: o guitarrista do The Police, Andy Summers, quer trazer ao Brasil, no segundo semestre de 2008, a exposição criada a partir do livro "I'll Be Watching You", com imagens que fez da banda nos anos 80. Ele encomendou a organização a Luiz Marinho e Cliff Li, da Leica Gallery.

CONTUSÃO
Sem novidades arquitetônicas, esta edição do "Big Brother Brasil" vai investir em malhação: importou da Itália um equipamento chamado Kinesis, que mistura musculação e até passos de balé. O problema: o aparelho é pouco conhecido no Brasil e não há profissionais de ginástica na casa para orientar os participantes.

INTERNACIONAL
O ano que vem será internacional para a cantora Mariana Aydar: ela fará quatro shows na França em julho. Em janeiro, vai lançar disco nos EUA.

PERDEDORES
A cantora Amy Winehouse foi eleita a "perdedora do ano" pelo site feminino inglês "Female First". Motivo: os escândalos causados por seu vício em álcool e drogas e a recente prisão de seu marido, Blake Fielder-Civil. A atriz Lindsay Lohan e os cantores Britney Spears e Pete Doherty, que também passaram o ano às voltas com clínicas de reabilitação, vêm atrás de Winehouse no ranking dos "perdedores".

CURTO-CIRCUITO

A BANDA SERIAL FUNKERS faz hoje sua última apresentação no Bourbon Street. Na segunda-feira, a casa terá um "Réveillon Anos 70", a partir das 20h, com show da banda Junkie Box.
O CAFE DE LA MUSIQUE de Florianópolis, na praia Jurerê Internacional, promove amanhã festa de pré-Réveillon.
A FESTA DE RÉVEILLON do festival Ilhabela Summerstage, na segunda-feira, terá show da banda Sambasonics, de samba-rock, e discotecagem do DJ Daniel Brandão.
O SOFITEL SÃO PAULO terá ceia de Réveillon com pratos da culinária asiática, preparados pelo chef Patrick Ferry.

com AUDREY FURLANETO, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO

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