São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2007

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Crítica

Hepburn destila mistério em "Bonequinha"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Um bom filme raramente tem a ver com uma idéia, com uma mensagem. As idéias de "Bonequinha de Luxo" (Telecine Classic, 12h15) são quase patéticas: a prostituição não leva a nada, o amor vale mais do que o dinheiro etc.
Mas algumas coisas fazem a grandeza deste filme que Blake Edwards dirigiu em 1961. Por exemplo, Audrey Hepburn parada, melancólica, diante da Tiffany's, é uma imagem inimitável, irretocável.
Outra, possivelmente da mesma estatura, é a mesma Audrey acordando com uma máscara sobre os olhos para tapar a luz do sol.
É claro, não que as idéias mais gerais -e, em princípio, mais banais- sejam desprezíveis: elas simplesmente cimentam nosso entendimento comum das coisas. Mas são os mistérios que fazem a grandeza de um filme.
O rosto de Audrey Hepburn, para prosseguir no que há de mais evidente, é um mistério que, quanto mais vemos o filme, mais se adensa.


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