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Crítica
Angústia habita "A Hora do Lobo", digno de Bergman
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A vida era difícil para Ingmar
Bergman, e o passado algo capaz de nos assombrar. Também
por isso nem sempre é fácil ver
os seus filmes, e às vezes, como
em "A Hora do Lobo" (TC
Cult, 23h50), podemos mesmo
pensar se Bergman pensa na
humanidade ou, antes de tudo,
está envolvido com seus fantasmas.
No caso, temos Max von
Sydow, um pintor cujo passado
retorna sob a forma de alucinações (leia-se: culpa). Ele, casado com Liv Ullmann, traía a
mulher com Ingrid Thulin. Esta, agora morta, reaparecerá
em suas visões. Inútil dizer que
a angústia habita este filme de
1968 do começo até o fim. É
digno de Bergman. Se dá para
ver em TV é outra história.
"Kagemusha, a Sombra de um Samurai" (TC Cult,
19h05) também perde em TV,
menos pelo caráter do que pela
grandiosidade da produção.
Agora, quem está atrás de leveza tem que se refugiar à tarde, quando o TCM exibe o faroeste "Bandeirantes do Norte" (às 15h45), que King
Vidor fez em 1940.
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