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crítica
Longa é apenas DVD com grife
IVAN FINOTTI
EDITOR DO FOLHATEEN
Não dá para considerar "Shine a
Light" um filme
de Martin Scorsese. A rigor, ele dirigiu a coisa toda,
orientou a equipe, arrumou 16 diretores de fotografia premiadíssimos
com 16 câmeras de última
geração, blablablá.
Mas o que fica, no final
das contas, é um show semelhante aos DVDs musicais que se vêem aos montes nos saldões das megastores. Dito isso, é um bom
DVD. Scorsese e Stones
têm história juntos. Já há
35 anos um usava música
dos outros em seus filmes
(veja quadro acima).
"Shine a Light" começa
com uma espécie de extra:
Scorsese -como sempre, a
um passo do infarto- tenta descobrir a lista das músicas, resolve problemas
de palco, define o posicionamento das câmeras etc.
Tudo em preto-e-branco.
Aí vem o show, colorido.
A cada duas músicas, trechos de entrevistas antigas, um ou dois minutos
cada um. O diretor não entrevista a banda.
O final é constrangedor:
uma câmera subjetiva -tipo, você é Mick Jagger-
anda pelos bastidores, sai
do teatro, é alvo dos fotógrafos e começa a subir pela cidade até mostrar toda
a ilha de Manhattan numa
bela noite de verão. Então,
a lua vira a língua-símbolo
dos Rolling Stones...
Talvez a melhor cena esteja na irônica "Far Away
Eyes" (1978), quando um
movimento de câmera parece tirar Jagger da tela
(ou colocar você no palco).
"Loving Cup" (1972), com
um embevecido Jack White, é outro ponto alto.
Enfim: ótimo para fãs
dos Stones, nem tanto para cinéfilos. É lícito esperar-se mais de Scorsese.
Avaliação: regular
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