São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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crítica

Longa é apenas DVD com grife

IVAN FINOTTI
EDITOR DO FOLHATEEN

Não dá para considerar "Shine a Light" um filme de Martin Scorsese. A rigor, ele dirigiu a coisa toda, orientou a equipe, arrumou 16 diretores de fotografia premiadíssimos com 16 câmeras de última geração, blablablá.
Mas o que fica, no final das contas, é um show semelhante aos DVDs musicais que se vêem aos montes nos saldões das megastores. Dito isso, é um bom DVD. Scorsese e Stones têm história juntos. Já há 35 anos um usava música dos outros em seus filmes (veja quadro acima).
"Shine a Light" começa com uma espécie de extra: Scorsese -como sempre, a um passo do infarto- tenta descobrir a lista das músicas, resolve problemas de palco, define o posicionamento das câmeras etc. Tudo em preto-e-branco.
Aí vem o show, colorido. A cada duas músicas, trechos de entrevistas antigas, um ou dois minutos cada um. O diretor não entrevista a banda.
O final é constrangedor: uma câmera subjetiva -tipo, você é Mick Jagger- anda pelos bastidores, sai do teatro, é alvo dos fotógrafos e começa a subir pela cidade até mostrar toda a ilha de Manhattan numa bela noite de verão. Então, a lua vira a língua-símbolo dos Rolling Stones...
Talvez a melhor cena esteja na irônica "Far Away Eyes" (1978), quando um movimento de câmera parece tirar Jagger da tela (ou colocar você no palco). "Loving Cup" (1972), com um embevecido Jack White, é outro ponto alto.
Enfim: ótimo para fãs dos Stones, nem tanto para cinéfilos. É lícito esperar-se mais de Scorsese.

Avaliação: regular


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