São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2011

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CRÍTICA RAP

Um só gênero seria pouco para a destreza do artista

ALEXANDRA MORAES
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Se Criolo fosse um rapper típico, teria conseguido, com "Nó na Orelha", ultrapassar o ponto mais alto do rap brasileiro, atingido talvez em "Vida Loka (Parte 2)", dos Racionais MCs.
Mas o feito desse artista extrapola o limite do rap. Às faixas mais fiéis ao gênero, como "Subirusdoistiozin" e "Sucrilhos", Criolo e os produtores Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral conseguem imprimir sofisticação atípica.
Brilha a habilidade com que Criolo transita do rap ao dub ou daí para um samba -a faixa de abertura, "Bogotá", de inspiração afrobeat, é boa mostra do que virá.
O maior expoente da grandeza de Criolo é "Não Existe Amor em SP", que se espalhou na internet com a força de uma catarse coletiva.
Sobre batidas que recuperam o que de mais fino há no soul brasileiro, ele manda versos que ecoam e reparam aquela São Paulo dos Racionais, onde "Deus é uma nota de cem". A cidade de Criolo é "um labirinto místico onde os grafites gritam", "a ganância vibra, a vaidade excita": "Aqui, ninguém vai pro céu".

NÓ NA ORELHA

ARTISTA Criolo
LANÇAMENTO independente
QUANTO R$ 20 (CD); R$ 65 (vinil)
AVALIAÇÃO ótimo


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