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Entenda a luta armada no país
da Redação
A queda do presidente João
Goulart em 64 foi a maior derrota
da esquerda brasileira. Nenhuma
de suas lideranças políticas e sindicais conseguiu articular uma resistência aos golpistas, que acusavam o governo de tramar um golpe contra a democracia instalada
em 45.
Todas as organizações ficaram à
espera da reação do presidente da
República, que decidiu deixar o
país. Os militares tomaram o poder sem luta.
Nas bases do PCB muitos militantes culpavam a direção pela
derrota de 64. A avaliação majoritária era de que o partido teria
adotado uma política passiva, colocando-se a reboque de Goulart.
Começa então a desagregação do
PCB e a proliferação de grupos
dissidentes que optavam pela luta
armada contra o regime.
Dirigentes do PCB estimam que
10 mil militantes acompanharam
Carlos Marighella na criação da
ALN e outros 5.000 se dispersaram
em diversas dissidências, que deram origem a outras organizações
(como o MR-8).
Inspirados nas revoluções chinesa e cubana, todas essas organizações adotaram a estratégia da
"guerra popular" contra o regime,
que previa a organização de um
"exército de libertação" nas regiões mais pobres, que aos poucos
controlaria áreas cada vez maiores.
Na prática, porém, a maioria das
organizações limitou sua atuação
às grandes cidades, onde se concentravam suas bases -estudantes e sindicalistas, em sua maioria.
A exceção foi o PC do B, que organizou um foco no Araguaia.
A guerrilha viveu dois momentos. No início, pegou o governo
militar de surpresa, completamente despreparado para a onda
de atentados e assaltos a banco. O
regime enfrentava uma recessão
econômica e desgaste político. Os
protestos de rua de 1968 pareciam
confirmar a estratégia de abrir um
ataque frontal contra o governo.
Mas isso durou pouco. A retomada do desenvolvimento com
inflação baixa (o "milagre econômico") distanciou a classe média
da esquerda. Ao mesmo tempo, o
Estado estruturou uma forte organização repressiva (os DOI-Codi).
Os grupos, fragmentados e sem
apoio na sociedade civil, foram
sendo eliminados a partir de 1969.
A guerrilha urbana desapareceu
em 1973; a rural sobreviveu até
1974.
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