São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CINEMA

Festival dá prêmios principais para longa de Beto Brant; público escolhe documentário dirigido por Lucélia Santos

"O Invasor" leva sete troféus em Recife

Divulgação
Mariana Ximenes, escolhida melhor atriz coadjuvante por sua atuação em "O Invasor", vencedor de outros seis troféus em Recife


SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE

Embora o cinema nordestino fosse o tema da sexta edição do Festival do Recife, a mostra foi encerrada no domingo com a consagração de "O Invasor", filme de e sobre São Paulo.
O terceiro longa dirigido por Beto Brant ("Matadores", "Ação entre Amigos") levou sete dos 12 troféus Passistas distribuídos na categoria ficção, incluindo os de melhor filme e diretor (veja quadro nesta página).
O júri, presidido pela atriz Ana Beatriz Nogueira, deu um prêmio especial de ator revelação para Paulo Miklos.
O épico gaúcho "Netto Perde Sua Alma" ganhou três troféus, e "Sonhos Tropicais" e "As Três Marias" tiveram um prêmio cada um. A escolha do público foi para o documentário "Timor Lorosae", de Lucélia Santos.
A premiação oficial de documentários se dividiu entre "Onde a Terra Acaba", de Sérgio Machado (melhor filme), e "Viva São João" (melhor diretor para Andrucha Waddington).
"Um Sol Alaranjado", de Eduardo Valente, curta em 16 mm selecionado para o Festival de Cannes, foi considerado melhor filme, direção e roteiro em sua categoria.
Ao receber o troféu, Beto Brant agradeceu não a premiação, mas a sessão em que o filme foi exibido na competição, na quinta-feira.
O público recorde da edição -aproximadamente 3.000 pessoas abarrotaram o Centro de Convenções Guararapes, em Olinda, onde se realizam as projeções do festival- permaneceu na sala até o início da madrugada, quando terminou a exibição de "O Invasor", antecedida pelo documentário "O Fim do sem Fim" e por cinco curtas, que somaram duas horas e 51 minutos de programação.
"Obrigado pela sessão. Foi muito legal. O cinema contra a barbárie", disse o cineasta, que dividiu o prêmio com o "parceiríssimo" Marçal Aquino, roteirista deste e dos longas anteriores de Brant.

FicBrasília
O 4º Festival Internacional de Cinema de Brasília anunciou domingo a escolha, pelo júri oficial, do chinês "Abandono do Sucesso", de Zhang Yang ("Banhos"), como melhor filme. O júri popular elegeu o documentário "Promessas de um Novo Mundo".
Yang esteve em Brasília participando do festival e disse que o filme (cuja estréia no Brasil está prevista para o final de maio) traduz a necessidade que ele sente de falar sobre a maneira como vive a sua geração.
"Abandono do Sucesso" reconstrói o processo de envolvimento com drogas, afastamento da carreira, internação psiquiátrica e recuperação do ator Jia Hongsheng, amigo de Yang. No filme, que ressalta também a relação de Hongsheng com a família, todos os papéis são desempenhados por seus reais protagonistas.
Com as projeções ampliadas para dez salas na Academia de Tênis, o FicBrasília exibiu, fora de competição, quase 70 longas-metragens. Entre eles, produções recentes de três cineastas que concorrerão no mês que vem à Palma de Ouro no Festival de Cannes: "Hotel", de Mike Figgis, "Eden", de Amos Gitai, e "Taurus", de Alexander Sokurov.


A jornalista Silvana Arantes viajou a convite do Festival de Cinema do Recife



Texto Anterior: Imperdível: Só para os de coração forte
Próximo Texto: Crítica: Moral do filme está no modo de narrar
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.