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Ministério da Cultura reprova exigências
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Cultura discorda da orientação da política de patrocínios das empresas estatais
que vem sendo implementada
sob orientação da Secom (Secretaria de Comunicação de Governo). "A idéia da contrapartida social é um equívoco", diz Juca Ferreira, secretário-executivo do ministro Gilberto Gil.
Ferreira diz que, no entendimento do Ministério da Cultura,
"não há contrapartida mais relevante do que se os museus forem
ampliados, preservados e tiverem
sua segurança garantida; se os cineastas puderem produzir filmes
brasileiros que sejam exibidos nos
cinemas, se os músicos puderem
compor livremente, ou seja, se
ocorrer o fato cultural em si".
O MinC reivindica no governo
federal a liderança do processo de
decisão sobre o investimento cultural das estatais, que ficou sob a
responsabilidade da Secom.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Comunicação informa
que a pasta assumiu "o papel de
articulação da construção de uma
política pública", coordenando
"um comitê formado pelos ministérios que demandam patrocínios, como o da Cultura e o do Esporte, e empresas [estatais] que
patrocinam".
Interesses estatais
O objetivo da Secom seria
"compactuar o interesse das empresas estatais, que são as donas
do recurso, com o interesse da política pública". Ferreira afirma
que "o tratamento de questões de
política cultural é do Ministério
da Cultura, por definição constitucional, legal e por mérito".
O secretário-executivo do MinC
diz que, "quando se submete [a
decisão de patrocínio] a outros
critérios, podendo ou não ser importantes, você necessariamente
condiciona o processo cultural a
externalidades que podem criar
situações perigosas".
Entidades de cineastas e produtores, como Associação Paulista
de Cineastas e Congresso Brasileiro de Cinema apóiam o MinC na
reivindicação de coordenar a política federal de patrocínios. (SA)
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