São Paulo, sábado, 30 de abril de 2011

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livros

No Caribe, Chico Mattoso inventa paixão esfacelada

"Nunca Vai Embora" é o sexto volume da coleção "Amores Expressos"

Autor passou 30 dias em Cuba para dar origem à história de um amor mal-acabado vivido por brasileiros em Havana

GUILHERME BRENDLER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A mística revolucionária que marca o povo de Cuba se desfez para o escritor brasileiro Chico Mattoso, 32, justo nos seus últimos dias em Havana. O autor passou 30 dias na ilha caribenha com um único propósito: conceber uma história de amor para transformá-la em romance.
Renato larga tudo no Brasil e acompanha a namorada, Camila, que vai a Cuba produzir um documentário. Vinte e três dias depois, ela desaparece após crises de ciúme e muitas brigas.
A história do casal brasileiro que protagoniza "Nunca Vai Embora", sexto volume da coleção "Amores Expressos", da Companhia das Letras, traz personagens cubanos que refletem o orgulho e, ao mesmo tempo, a desilusão com o país.
Pepe, que ajuda Renato na busca pela amada, denota a paranoia da perseguição política, mas também nutre sentimentos de admiração.
Mattoso adiou sua ida a Cuba para estar lá justamente em 26 de julho -um domingo- e ver como são as comemorações do chamado Dia da Rebeldia Nacional.
Num domingo também, 54 anos antes, Fidel Castro liderou um ataque a um quartel.
O movimento fracassou, mas deu início à revolução que derrubou Fulgencio Batista seis anos depois.
"Eles pareciam ter mandado toda aquela história às favas. Foi um domingo como outro qualquer. Não havia gente nas ruas", conta Mattoso, que, desde a chegada, via cartazes espalhados pela cidade anunciando o evento.
Os "30 dias maravilhosos de trabalho" que o escritor passou em Havana foram na casa de um família cubana.
Sem saber, Mattoso alugou um quarto na morada da filha de Doña López, "La Voz Ranchera de Cuba".
Lolita López, hoje com 74 anos, foi uma das grandes cantoras cubanas de ranchera, tradicional estilo musical mexicano. Até hoje, Lolita é lembrada pela imprensa local a cada aniversário.
Mattoso tinha a certeza de que os protagonistas do livro não seriam cubanos quando saiu do Brasil porque "era muito fácil soar falso". No final das contas, Pepe e os demais compatriotas de Fidel são bem verdadeiros.

NUNCA VAI EMBORA

AUTOR Chico Mattoso
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 34 (128 págs.)


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