São Paulo, Sexta-feira, 30 de Abril de 1999
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FBI caça "snuff" sem sucesso

da Reportagem Local

O chamado "snuff movie", filme que mostra torturas, mutilações e assassinatos verdadeiros, está se transformando em um mito da grandeza do Pé-Grande ou do Abominável Homem das Neves.
Depois de investigações sistemáticas desde os anos 70, o FBI não conseguiu descobrir um exemplar de "snuff" que não tenha sido "desmascarado" depois.
"Snuff", em inglês, quer dizer "apagar", mas também tem o sentido de "morrer". Há uma dezena de páginas na Internet sobre o assunto. A maioria aponta a origem da "cultura snuff" em 1973, quando a organização americana Liga dos Cidadãos pela Decência denunciou ao FBI que um filme pornô com imagens de uma mulher sendo espancada e morta estava sendo vendido em universidades.
Foi a festa para os tablóides sensacionalistas. Reportagens, nunca comprovadas, afirmavam que os filmes custavam até US$ 500.
Nos anos seguintes, produtores obscuros realizaram filmes que, com mais ou menos eficiência, tentavam imitar legítimos registros de mortes.
Fora da pornografia, muito alvoroço foi conseguido com documentários como "As Faces da Morte", grande sucesso nos cinemas brasileiros nos anos 80, que mostrava imagens de execuções.
Nos últimos dez anos, o comércio de filmes que alegam ser "snuff" aumentou. O público consumidor do pornô hardcore paga muito, mesmo que a "autenticidade da obra" caia por terra com um exame mais rigoroso das imagens.
Nos anos 90, o filme "Guinea Pig", produzido no Japão, fez furor na Califórnia, virando sucesso total no submundo pornô. Numa jogada de marketing, os produtores lançaram um ano depois "The Making of Guinea Pig", mostrando os efeitos que davam a impressão de realidade do filme original. (TM)


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