São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2008

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CDs

Rap/black music
Ka'Umondá
SINHÔ PRETO VELHO
Gravadora:
Sinhô Preto Velho; Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom Formado por músicos que circulam pelo rap e pelo samba (T. Kaçula e Renato Dias, entre outros), o grupo estreou misturando ao rap ritmos afro-brasileiros vindos dos atabaques da umbanda e do candomblé. A nova empreitada aprofunda esse mix, com uma base dançante, que mescla metais, samba, soul, rap, jazz, com letras em... tupi! A opção é arriscada, faz o disco soar como world music e dificilmente a língua será compreendida por seus fãs -o CD vem com tradução, desvendando letras que atualizam temas indígenas.
POR QUE OUVIR: Para entender, é preciso ouvir com o encarte na mão, mas essa barreira não impede de apreciar o bom groove da banda -e nem todo fã de música norte-americana fala inglês, certo? (ADRIANA FERREIRA SILVA)

Infantil
MPBaby Chico Buarque
BENJAMIM TAUBKIN
Gravadora:
MCD; Quanto: R$ 18, em média; Avaliação: bom
Chico Buarque sempre foi reconhecido como ótimo letrista, mas, neste lançamento voltado para as crianças, os arranjos são o destaque nas experientes mãos do pianista Benjamim Taubkin, que recria em versão instrumental 14 sucessos de Chico, como "Quem te Viu, Quem te Vê", "João e Maria" e a inescapável "A Banda". A coleção MPBaby, após passear bem-sucedidamente por ritmos nacionais, agora salienta os intérpretes da música brasileira.
POR QUE OUVIR: A adaptação tem o mérito de ressaltar a qualidade melódica das canções de Chico numa versão com personalidade inspirada, mas sem deturpar o original, como em "Noite dos Mascarados" ou "João e Maria". Os pais, felizes, ficam encarregados de cantarolar as letras para os pimpolhos. (LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)

MPB
Nem 1 Ai
MÔNICA SALMASO
Gravadora:
Biscoito Fino; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: bom Gravado em 2000 e só agora lançado, este CD reúne duas características fundamentais do trabalho de Mônica Salmaso: o uso da voz como instrumento em um conjunto de (excelentes) músicos, e não à frente dele; e a recusa ao barroquismo, valorizando-se a economia e até o silêncio (vide o título). Talvez por ter sido montado para um show, o repertório é um tanto eclético demais, mas muito bom: "Esconjuros", "Derradeira Primavera", "Minha Palhoça", "Joana Francesa", "Mora na Filosofia" e outras.
POR QUE OUVIR: Cinco grandes músicos (André Mehmari, Rodolfo Stroeter, Tutty Moreno, Nailor Proveta e Toninho Ferragutti) e uma grande cantora fazendo muito com poucos elementos. Se todos fossem iguais a eles... (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Pop
Konk
THE KOOKS
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 30; Avaliação: regular
Não dá para dizer que não funciona. Músicas que ficam no meio do caminho entre o pop e o rock e que exalam cheiro de anos 1960. Este segundo disco do Kooks chegou ao primeiro lugar da parada britânica. Rolling Stones, Beatles e, principalmente, The Kinks, são lembrados pela banda. O vocalista Luke Pritchard é a cara do Kooks, mas neste álbum quem brilha mesmo é o guitarrista Hugh Harris, que encaixa linhas e riffs pegajosos em canções como "Always Where I Need to Be" e "See the Sun".
POR QUE OUVIR: Se falta inspiração, a banda compensa com músicas de refrães bem cuidados. "Mr. Maker" e "Always Where I Need to Be" elevam o humor, enquanto a balada "One Last Time" tem um bom clima de verão. (THIAGO NEY)

Pop
Sorte que Sou Triste
DANIEL TENDLER
Gravadora:
Corredor 5; Quanto: R$ 28; Avaliação: regular
Chega recomendado por Jorge Mautner este compositor e intérprete carioca, Daniel Tendler. No CD que marca uma dupla estréia -a sua e a do selo Corredor 5-, Tendler mostra que sua casa é o pop com dois pés no folk, fortemente calcado nas melodias de violão. Sua voz é agradável e nada ordinária, e ajuda bastante o disco começar com as duas melhores canções, "Com a Palavra" e "Longe da Confusão". Mas começar pelo pico indica ladeira abaixo, depois.
POR QUE OUVIR: Há outras composições interessantes, como "Trem Doido" e "Balada de um Homem Só", mas, na tênue linha que separa "unidade sonora" de "monotonia", o CD acaba pendendo para a segunda. O final animadinho, com "À Meia-Noite na Rua Julio Verne", indica um caminho melhor. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)

DVDs

Jazz
At the Côte d'Azur with Ella Fitzgerald
DUKE ELLINGTON
Gravadora:
Eagle/ST2; Quanto: R$ 40, em média; Avaliação: ótimo
Imagine Duke Ellington (1899-1974), tocando piano entre esculturas de Giacometti ou passeando com o artista Joan Miró pelos jardins da Fundação Maeght, na França. Ou ainda Ella Fitzgerald (1917-96), no auge da carreira, cantando em um festival na Côte d'Azur, em 1967. Essas raridades, filmadas em 16 mm, nunca chegaram aos cinemas, mas podem ser apreciadas neste DVD duplo, que inclui um vídeo inédito feito durante a gravação do quarteto de astros que Ellington formou com Joe Pass (guitarra), Ray Brown (baixo) e Louie Bellson (bateria), em 1973.
POR QUE VER: Não bastasse a música primorosa de Ellington, seus comentários bem-humorados e a atmosfera de intimidade captada pela câmera podem deliciar qualquer fã do jazz. (CARLOS CALADO)


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