|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEVISÃO
Spike Lee filma Kobe Bryant em estreia de gala
Documentário sobre o jogador abre hoje série de documentários da ESPN
Torcedor do adversário
Knicks, cineasta "observa"
um dia de trabalho na
vida do arremessador
em "Kobe Doin" Work"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Kobe Doin" Work" (exibido
hoje às 19h30) é o primeiro filme da série "30 for 30" que a
ESPN produziu para comemorar seus 30 anos de existência.
Em vista disso, 30 cineastas
realizaram 30 documentários
sobre personagens e fatos ligados a esportes de 1979 para cá.
A estreia é de gala, pois trata-se de Spike Lee, um dos mais
célebres realizadores americanos da atualidade, tratando de
Kobe Bryant, provavelmente o
mais talentoso jogador de basquete pós-Michael Jordan.
Kobe, para quem não sabe,
sempre jogou pelos Los Angeles Lakers, e Spike desde sempre torce para os Knicks, o time
de Nova York. Esse último dado é o mais importante: Spike é
torcedor de carteirinha, desses
que acompanham o jogo das cadeiras de pista, quase dentro da
quadra. Sua ideia em "Kobe
Doin" Work" (não deviam traduzir isso? Podia ser Kobe vai à
luta, ou Kobe, mãos à obra) é
precisamente essa: observar
um dia de trabalho na vida dele.
Nada de grandes bastidores.
É a quadra que importa. Ela é
que deve dar a dimensão do
craque. OK, aparece um pouco
dos vestiários, o técnico dos Lakers, Phil Jackson, analisando a
fita de um jogo passado. Mas,
em definitivo, não é isso o essencial, é a quadra. Tudo se define em torno de um jogo, do
Lakers contra o Spurs, em Los
Angeles. E, no jogo, o que importa é Bryant: seus movimentos, suas palavras. Mal vemos
os principais astros do Spurs,
como o pivô Tim Duncan. Tony
Parker, um pouco. Mas a estrela do adversário, no filme, é
Bruce Bowen: o cara cuja função é marcar Kobe.
O Kobe grande arremessador
todos conhecem. O organizador do time, menos. O quase
técnico, que fala todo o tempo,
dá instruções, menos. O sujeito
que se diverte jogando (isso se
sente em mais ou menos todos
os jogadores), que se dedica à
chamada "trash talking", é coisa que só um documentário como esse poderia registrar. De
resto, Kobe comenta o jogo. A
série começa em grande estilo.
Texto Anterior: Crítica/"Syngué Sabour: Pedra-de-Paciência": Temática batida fragiliza obra "ocidental" Próximo Texto: Laertevisão Índice
|