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Aos 74, Dennis Hopper morre vítima de câncer
Ator e diretor americano marcou uma geração com o filme "Sem Destino'
Um dos grandes "bad boys" de Hollywood,
ele atuou em filmes
como "Veludo Azul" e "Juventude Transviada"
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
O ator americano Dennis
Hopper, 74, que marcou uma
geração com o filme "Sem
Destino" ("Easy Rider",
1969), morreu ontem em sua
casa em Venice, Califórnia,
em decorrência de complicações de câncer de próstata.
Hopper lutou contra a
doença por boa parte da última década, mas não deixou
de trabalhar. Um de seus últimos papéis de destaque foi
na série de televisão "Crash",
baseada em filme homônimo
de 2004, na qual interpretava
um produtor musical na cidade de Los Angeles.
O quadro do ator se agravou no final do ano passado,
durante uma turnê promocional do seriado. Em janeiro, foi hospitalizado. Naquela época, pediu o divórcio a
sua quinta mulher, Victoria
Duffy, dizendo que queria
passar o "período difícil" ao
lado apenas dos quatro filhos
e dos amigos íntimos.
Hopper e Duffy foram parar nos tabloides devido a
disputas financeiras e por
sua famosa coleção de arte.
Em março último, com
aparência frágil, ele recebeu
uma estrela na calçada da fama de Hollywood. Aceitou a
honraria ao lado dos amigos
Jack Nicholson e David
Lynch, que o dirigiu em "Veludo Azul" (1986).
A carreira intensa trouxe a
ele grande sucesso. Hopper
ficou famoso por seus papeis
mais desconcertantes, como
de alcoólatras e psicopatas.
TV
Considerado um dos grandes "bad boys" da indústria
cinematográfica, foi criado
em uma fazenda no Kansas e
se mudou para a Califórnia
no final dos anos 1940.
Começou a fazer sucesso
na TV nos anos 1950. Em
1955, teve participação no
lendário "Juventude Transviada". Em 1958, atuou em
"From Hell to Texas", dirigido por Henry Hathaway.
Após várias brigas com
Hathaway, se tornou uma espécie de pária e passou vários anos sem convites para
papéis expressivos. Hollywood o recebeu de volta após
seu casamento com Brooke
Hayward, filha de um importante produtor e da atriz Margaret Sullavan.
O estouro veio com "Sem
Destino", que escreveu e
atuou em parceria com o
amigo Peter Fonda. Hopper
também dirigiu o filme.
Ele diria mais tarde que o
longa levou a droga a Hollywood -ela é elemento central no roteiro. "Sou responsável pelo problema da cocaína nos Estados Unidos.
Não havia cocaína nas ruas
antes de "Sem Destino". Depois, estava por toda parte."
AUTOR
Hopper recebeu sua primeira indicação ao Oscar pelo roteiro original de "Sem
Destino", ao lado de Fonda e
de Terry Southern. Em Cannes, venceu o prêmio por melhor primeiro trabalho. "De
repente, eu era um autor."
Dez anos depois, teve outro papel memorável, em
"Apocalypse Now" (1979),
enquanto ainda lutava contra o vício em drogas.
Hopper dizia que só deixou de lado o abuso de substâncias em meados dos anos
1980, após ser internado em
um hospital psiquiátrico.
A segunda indicação ao
Oscar veio em 1987, como
ator coadjuvante, por "Momentos Decisivos". Ele nunca ganhou a estatueta.
Além de atuar e dirigir, o
"enfant terrible" de Hollywood tinha aspirações artísticas também em poesia, pintura e fotografia. Esta última
levou o ator a um livro, "1712
North Crescent Heights" (o título é uma referência ao seu
endereço em Los Angeles).
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