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Crítica
"Garota da Vitrine" vai do conto de fadas à vida real
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
É inegável a importância do
roteiro num cinema narrativo,
esse que conta uma história.
Mas a essência de um filme tem
de ser a imagem, sempre. É ela
quem comprova a existência de
um filme, e não o roteiro, mero
texto anterior às filmagens.
Mesmo no caso de "Garota
da Vitrine" (Telecine Premium, 14h25), que tem um
notável roteiro, assinado por
Steve Martin. Ele também atua
no filme, como o coroa que encanta a vendedora Claire Danes (ela, por sua vez, meio
enroscada com um cara mais
jovem, abilolado).
Da inicial clicheria açucarada dos romances, o longa chega
a um desfecho fortíssimo, discutindo sobre as posturas que
mantemos na vida -que muitas vezes resultam em perdas,
sobretudo para quem firma posição, como o filme honra lembrar. Assim, parte-se do conto
de fadas à agudeza da vida.
Isso está no roteiro, claro,
mas foi a direção de Anand
Tucker quem desenhou uma
das melhores atuações de Steve
Martin e todo o resto, o que
não é pouco.
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