São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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Tela fria

Criada para ser a principal rede pública do país, a TV Brasil sofre novas baixas em seus quadros; sem sinal aberto em vários Estados, não pode ser vista pela população

ANA PAULA SOUSA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há um ano e sete meses no ar, a TV Brasil tenta ajustar o seu foco. No período, a emissora ligada ao governo federal viu sua diretoria despedaçar-se, enfrentou acusações de má gestão e foi criticada pela falta de consistência da programação. Agora, outras duas baixas em seus quadros se anunciam.
À Folha, o presidente do conselho curador da TV, Luiz Gonzaga Belluzzo, disse que entregará o cargo. Nos últimos meses, 6 dos 15 conselheiros deixaram suas vagas.
Com um orçamento de R$ 350 milhões, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) congrega, além da TV Brasil, duas emissoras de TV e nove rádios. Nasceu com a ambição de tornar-se a rede pública nacional. Mas parece tropeçar em seus objetivos. "Tanto a sociedade quanto o governo têm baixa expectativa em relação à TV. É um espaço público pelo qual o público não se mobiliza", diz Mário Borgneth, um dos diretores afastados.
Borgneth representava, ao lado de Orlando Senna e Leopoldo Nunes, o projeto acalentando pelo MinC (Ministério da Cultura). Com a saída dos três, o MinC foi, na prática, afastado da EBC, controlada pela Secom (Secretaria de Comunicação), do ministro Franklin Martins. "A TV é vinculada à secretaria que maneja a informação do governo. O ideal seria que não tivesse esse perfil estatal, que fosse, por exemplo, uma fundação. Em outros países, se ligadas ao governo, as TVs públicas tendem a estar ligadas aos ministérios da Cultura ou da Educação", diz Senna.


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