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Tela fria
Criada para ser a principal rede pública do país, a TV Brasil sofre novas baixas em seus quadros; sem sinal aberto em vários Estados, não pode ser vista pela população
ANA PAULA SOUSA
DA REPORTAGEM LOCAL
Há um ano e sete meses no
ar, a TV Brasil tenta ajustar o
seu foco. No período, a emissora ligada ao governo federal viu
sua diretoria despedaçar-se,
enfrentou acusações de má gestão e foi criticada pela falta de
consistência da programação.
Agora, outras duas baixas em
seus quadros se anunciam.
À Folha, o presidente do
conselho curador da TV, Luiz
Gonzaga Belluzzo, disse que
entregará o cargo. Nos últimos
meses, 6 dos 15 conselheiros
deixaram suas vagas.
Com um orçamento de R$
350 milhões, a EBC (Empresa
Brasil de Comunicação) congrega, além da TV Brasil, duas
emissoras de TV e nove rádios.
Nasceu com a ambição de tornar-se a rede pública nacional.
Mas parece tropeçar em seus
objetivos. "Tanto a sociedade
quanto o governo têm baixa expectativa em relação à TV. É
um espaço público pelo qual o
público não se mobiliza", diz
Mário Borgneth, um dos diretores afastados.
Borgneth representava, ao
lado de Orlando Senna e Leopoldo Nunes, o projeto acalentando pelo MinC (Ministério
da Cultura). Com a saída dos
três, o MinC foi, na prática,
afastado da EBC, controlada
pela Secom (Secretaria de Comunicação), do ministro Franklin Martins. "A TV é vinculada
à secretaria que maneja a informação do governo. O ideal seria que não tivesse esse perfil
estatal, que fosse, por exemplo,
uma fundação. Em outros países, se ligadas ao governo, as
TVs públicas tendem a estar ligadas aos ministérios da Cultura ou da Educação", diz Senna.
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