São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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Para polícia, Taís é morta no lugar da gêmea boa

Tese para o crime, que vai ao ar hoje, é de Romeu Tuma Jr., da Divisão de Inteligência da Polícia; neste caso, Ivan é suspeito

Promotor do caso von Richthofen, crê que assassino tente simular suicídio por não ter planejado o crime

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O assassino de Taís Grimaldi não queria matá-la. O criminoso a confundiu com Paula, sua irmã gêmea. A hipótese para o crime mais comentado no país é do delegado Romeu Tuma Júnior, da Dipol, a Divisão de Inteligência da Polícia Civil.
Ex-deputado estadual, ele já atuou na Divisão de Capturas da Polícia Federal e chefiou a Interpol em São Paulo. Entre outros casos famosos, acompanhou as investigações da morte do coronel Ubiratan, do prefeito Celso Daniel e os crimes do maníaco do parque. Segundo Tuma Jr., seu currículo inclui ainda o esclarecimento de "todos os assassinatos das novelas, desde o de Odete Roitman".
A morte da vilã de "Paraíso Tropical" foi gravada no início da tarde de ontem e irá ao ar nesta noite. Taís (Alessandra Negrini) será encontrada por Daniel (Fábio Assunção) na cozinha de seu apartamento.
O gás estará aberto, e ela, morta, caída no chão, como mostra o quadro abaixo.

Marion Novaes
Em entrevista à Folha, Tuma Jr., que vê a novela "não com muita freqüência", a princípio apontou como sua suspeita a socialite Marion Novaes (Vera Holtz). "Ela poderá ter uma participação como mandante. Está envolvida em vários rolos, o filho [Ivan/Bruno Gagliasso] e Taís sabem, e ela pode ter mandado matá-la para se preservar", afirmou.
Depois, em uma outra ligação, Tuma Jr. disse ter avaliado que Taís possa morrer no lugar da irmã gêmea, a mocinha Paula. Essa hipótese faz bastante sentido, uma vez que Taís, no momento do crime, estará no apartamento da irmã, fazendo-se passar por ela para tentar roubar seu passaporte e fugir.

Morta por engano
Nesse caso, o mais provável é que o assassino seja Ivan (Bruno Gagliasso), namorado da vilã. Segundo a Folha apurou, apesar de eles estarem brigados, ela telefona para o seu celular para avisá-lo do plano de roubar o passaporte e fugir.
Mas a ligação cai na caixa postal. Ele pode ter ido ao apartamento de Paula com o mesmo objetivo de Taís, roubar o passaporte, e, ao chegar, confunde-se e dá uma paulada na cabeça da namorada pensando estar diante da irmã gêmea.
Depois, para tentar simular um suicídio, coloca seu corpo na cozinha e liga o gás.
Ivan será preso como suspeito do crime, porque o delegado descobrirá que ele brigara com a namorada por ciúme de Olavo (Wagner Moura). Mas vai ser liberado quando a polícia ouvir a mensagem, na qual Taís, com voz doce, dá a entender que eles já fizeram as pazes.

Assassinato ou suicídio
Roberto Tardelli, promotor do caso Suzane von Richthofen, apesar de não assistir à novela, acredita que a tentativa de simular um suicídio possa ter relação com o fato de o crime não ser premeditado. "Não é incomum que criminosos tentem ocultar seus crimes simulando um suicídio. Isso ocorre quando o assassinato não é suficientemente planejado. Ou, por outro lado, quando ele é muito bem preparado", diz.
Chefe da perícia do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Jane Marisa Pacheco Belucci analisou a cena do crime, a pedido da Folha. Ela tem no currículo a perícia dos von Richthofen, do pai e da madrasta do estudante Gil Rugai, do coronel Ubiratan e das vítimas do maníaco do parque. "Em um caso desses [morte por gás], é obrigatório que se faça uma necropsia. Se ela foi morta asfixiada pelo gás e não foi um suicídio, precisa ter sido amarrada ou então ter tomado um sonífero ou levado uma pancada, algo que a fizesse desmaiar e permanecer exposta ao gás", disse a perita.
Segundo Belucci, se foi amarrada em vida e desamarrada após a morte, haverá marcas em suas mãos. "O que se faz em vida marca, em morte, não."
Outro ponto: "Se ela realmente morreu em razão do gás, haverá vômito ao lado do corpo e seu rosto estará corado. É o que se chama de uma "morta bonita". Também ficam petéquias, pequenas manchas, ao redor dos olhos. Mas, se foi por uma pancada na cabeça ou por envenenamento, isso pode ser detectado pelo perito no local do crime ou por exames toxicológicos feitos pelo IML", diz.
Segundo a Folha apurou, o roteiro não diz se ela estará branca, corada ou se haverá vômito. A perícia do IML na novela será a princípio inconclusiva, para que a polícia tenha dúvidas entre suicídio e assassinato. Para Belucci, num caso assim, "a perícia só seria inconclusiva se fosse mal-feita".
Nos capítulos recentes, vários personagens têm sido colocados como possíveis autores do crime, até os improváveis Ana Luísa (Renné de Vielmond) e Belisário (Hugo Carvana). Além de Marion e Ivan, os candidatos mais fortes são Antenor Cavalcanti (Tony Ramos) e Olavo (Wagner Moura).


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