|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para polícia, Taís é morta no lugar da gêmea boa
Tese para o crime, que vai ao ar hoje, é de Romeu Tuma Jr., da Divisão de Inteligência da Polícia; neste caso, Ivan é suspeito
Promotor do caso von Richthofen, crê que assassino tente simular suicídio por
não ter planejado o crime
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O assassino de Taís Grimaldi
não queria matá-la. O criminoso a confundiu com Paula, sua
irmã gêmea. A hipótese para o
crime mais comentado no país
é do delegado Romeu Tuma Júnior, da Dipol, a Divisão de Inteligência da Polícia Civil.
Ex-deputado estadual, ele já
atuou na Divisão de Capturas
da Polícia Federal e chefiou a
Interpol em São Paulo. Entre
outros casos famosos, acompanhou as investigações da morte
do coronel Ubiratan, do prefeito Celso Daniel e os crimes do
maníaco do parque. Segundo
Tuma Jr., seu currículo inclui
ainda o esclarecimento de "todos os assassinatos das novelas,
desde o de Odete Roitman".
A morte da vilã de "Paraíso
Tropical" foi gravada no início
da tarde de ontem e irá ao ar
nesta noite. Taís (Alessandra
Negrini) será encontrada por
Daniel (Fábio Assunção) na cozinha de seu apartamento.
O gás estará aberto, e ela,
morta, caída no chão, como
mostra o quadro abaixo.
Marion Novaes
Em entrevista à Folha, Tuma Jr., que vê a novela "não
com muita freqüência", a princípio apontou como sua suspeita a socialite Marion Novaes
(Vera Holtz). "Ela poderá ter
uma participação como mandante. Está envolvida em vários rolos, o filho [Ivan/Bruno
Gagliasso] e Taís sabem, e ela
pode ter mandado matá-la para
se preservar", afirmou.
Depois, em uma outra ligação, Tuma Jr. disse ter avaliado
que Taís possa morrer no lugar
da irmã gêmea, a mocinha Paula. Essa hipótese faz bastante
sentido, uma vez que Taís, no
momento do crime, estará no
apartamento da irmã, fazendo-se passar por ela para tentar
roubar seu passaporte e fugir.
Morta por engano
Nesse caso, o mais provável é
que o assassino seja Ivan (Bruno Gagliasso), namorado da vilã. Segundo a Folha apurou,
apesar de eles estarem brigados, ela telefona para o seu celular para avisá-lo do plano de
roubar o passaporte e fugir.
Mas a ligação cai na caixa
postal. Ele pode ter ido ao apartamento de Paula com o mesmo objetivo de Taís, roubar o
passaporte, e, ao chegar, confunde-se e dá uma paulada na
cabeça da namorada pensando
estar diante da irmã gêmea.
Depois, para tentar simular
um suicídio, coloca seu corpo
na cozinha e liga o gás.
Ivan será preso como suspeito do crime, porque o delegado
descobrirá que ele brigara com
a namorada por ciúme de Olavo (Wagner Moura). Mas vai
ser liberado quando a polícia
ouvir a mensagem, na qual
Taís, com voz doce, dá a entender que eles já fizeram as pazes.
Assassinato ou suicídio
Roberto Tardelli, promotor
do caso Suzane von Richthofen,
apesar de não assistir à novela,
acredita que a tentativa de simular um suicídio possa ter relação com o fato de o crime não
ser premeditado. "Não é incomum que criminosos tentem
ocultar seus crimes simulando
um suicídio. Isso ocorre quando o assassinato não é suficientemente planejado. Ou, por outro lado, quando ele é muito
bem preparado", diz.
Chefe da perícia do DHPP
(Departamento de Homicídios
e Proteção à Pessoa), Jane Marisa Pacheco Belucci analisou a
cena do crime, a pedido da Folha. Ela tem no currículo a perícia dos von Richthofen, do pai
e da madrasta do estudante Gil
Rugai, do coronel Ubiratan e
das vítimas do maníaco do parque. "Em um caso desses [morte por gás], é obrigatório que se
faça uma necropsia. Se ela foi
morta asfixiada pelo gás e não
foi um suicídio, precisa ter sido
amarrada ou então ter tomado
um sonífero ou levado uma
pancada, algo que a fizesse desmaiar e permanecer exposta ao
gás", disse a perita.
Segundo Belucci, se foi amarrada em vida e desamarrada
após a morte, haverá marcas
em suas mãos. "O que se faz em
vida marca, em morte, não."
Outro ponto: "Se ela realmente morreu em razão do gás,
haverá vômito ao lado do corpo
e seu rosto estará corado. É o
que se chama de uma "morta
bonita". Também ficam petéquias, pequenas manchas, ao
redor dos olhos. Mas, se foi por
uma pancada na cabeça ou por
envenenamento, isso pode ser
detectado pelo perito no local
do crime ou por exames toxicológicos feitos pelo IML", diz.
Segundo a Folha apurou, o
roteiro não diz se ela estará
branca, corada ou se haverá vômito. A perícia do IML na novela será a princípio inconclusiva, para que a polícia tenha
dúvidas entre suicídio e assassinato. Para Belucci, num caso
assim, "a perícia só seria inconclusiva se fosse mal-feita".
Nos capítulos recentes, vários personagens têm sido colocados como possíveis autores
do crime, até os improváveis
Ana Luísa (Renné de Vielmond) e Belisário (Hugo Carvana). Além de Marion e Ivan,
os candidatos mais fortes são
Antenor Cavalcanti (Tony Ramos) e Olavo (Wagner Moura).
Texto Anterior: Revista espanhola "Rojo" abre galeria no bairro de Pinheiros Próximo Texto: Música: Especial explica jazz de Wynton Marsalis Índice
|