INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA


Em "Onde os Fracos Não Têm Vez" (TC Premium, 22h, 18 anos) acumulam-se elementos da tradição cinematográfica americana. Desde o dinheiro ilegal achado por acaso e apropriado por um homem, até a perseguição implacável que lhe é movida por um ser ameaçador e aparentemente indestrutível, Javier Bardem no caso. O que justifica êxito tão grande e até atribuição do Oscar?
Pode ser, em primeiro lugar, isso mesmo: tradições do filme popular aqui retornam como se salvas pelo patrimônio histórico, podem ser apreciadas e, sobretudo, nos remetem à experiência de um cinema que hoje, na prática, não existe (ou existe como subproduto).
"Onde os Fracos" pode não ser o filme da década, mas explora mais ou menos o mesmo filão de Tarantino: o do reencontro com belas emoções do cinema. Mas Tarantino não faz disso um valor, só se diverte.


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