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MEGAEXPOSIÇÃO
A última feira mundial deste século, realizada em Lisboa, recebeu mais portugueses do que estrangeiros
Expo termina com público abaixo do esperado
BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local
A Expo 98, a última feira mundial
deste século, termina hoje sem ter
alcançado o público inicialmente
previsto por seus organizadores.
Realizada em Lisboa, Portugal, a
Expo teve início no dia 22 de maio.
O evento celebrou os 500 anos da
viagem do navegador Vasco da
Gama às Índias e teve como tema
central a relação entre os homens e
os oceanos e o papel desempenhado pelos oceanos ao longo da história e nas próximas décadas.
Inicialmente, os organizadores
da Expo 98 pretendiam reunir de
15 a 16 milhões de visitantes para
ver as mais de 5.000 atrações programadas durante os 132 dias de
duração do evento.
Até a última segunda, cerca de
9,5 milhões de pessoas haviam
comparecido à exposição.
De acordo com a assessoria do
evento, não ter alcançado a meta
inicial de público não representou
um insucesso.
A assessoria afirma que, quando
foi feita a estimativa inicial de público, não foi levada em conta a
entrada de menores de cinco anos
de idade, que não pagam ingresso,
nem a de pessoas que adquiriram
entrada para dois dias da exposição, mas que só foram a um.
A visitação à Expo se intensificou a partir de setembro. No sábado passado, a feira registrou seu
recorde de público, com a entrada
de 177.370 pessoas.
A média de visitas em setembro
esteve acima de 170 mil pessoas
por dia. Enquanto que, nos meses
de maio e junho, o evento reuniu
cerca de 40 mil visitas diárias.
Devido a esse maior afluxo, a assessoria calcula que até hoje o
evento poderá fechar com cerca de
12 milhões de visitas.
Além do público inferior ao esperado, a feira sofreu outro revés.
O escândalo que aconteceu no
mês passado, quando o diretor financeiro da Expo, João Caldeira,
foi preso em Lisboa sob a acusação
de desviar US$ 5 milhões da Expo.
A fraude foi descoberta por uma
equipe de auditores e resultou no
afastamento de três outros funcionários.
Além de procurar atrair investimentos estrangeiros, a feira tinha
como um de seus principais objetivos incrementar a indústria turística de Portugal.
No entanto, cerca de 76% dos visitantes que compareceram à Expo
foram portugueses.
Os turistas brasileiros foram o 5º
maior público entre os estrangeiros. À sua frente, estiveram os espanhóis, os belgas, os franceses e
os alemães. A área internacional
da feira reuniu 155 países. Cada
país tinha um pavilhão próprio,
em que eram exibidos filmes, peças teatrais, shows musicais e espetáculos de dança.
O pavilhão brasileiro foi um dos
mais visitados da exposição, com
cerca de 16 mil pessoas por dia.
Até hoje, era esperado que a área
de mais de 1.200 metros quadrados destinada ao Brasil -um dos
maiores pavilhões estrangeiros-
totalizasse 1,8 milhão de visitas.
Segundo o arquiteto Carlos Dias,
responsável pelo projeto do pavilhão brasileiro, o espaço procurou
sintetizar a história do país, dividindo-a em quatro fases: "pré-modernidade", "deslumbramento",
"expansão" e "diversidade".
Em "deslumbramento", foram
exibidas imagens que falassem sobre as belezas do país. No local, foi
montado um gigantesco painel fotográfico retratando a baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e foram
exibidos textos de navegadores
portugueses.
O segmento "diversidade", por
sua vez, trazia fotomontagens que
exibiam imagens de indígenas e da
produção naval agrícola e industrial do Brasil.
A Expo sediou shows de Skunk,
Gabriel o Pensador, Gilberto Gil,
Ney Matogrosso, Maria Bethânia e
Antonio Nóbrega e uma apresentação de dança com o grupo Corpo. O cantor Caetano Veloso, que
se apresentou em julho, foi assistido por cerca de 35 mil pessoas.
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