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BARBARA GANCIA
Quem vai criar uma ratoeira para o Ratinho?
Você, que é leitor de jornal,
pode não ter se dado conta,
mas, na semana passada, um assunto dominou as conversas nos
ônibus, nas padarias e em todos
os locais onde o SBT é mais assistido: o vídeo, exibido no programa do Ratinho, mostrando uma
menina de três anos sendo barbaramente torturada.
Para quem ainda não sabe da
história, o líder de uma quadrilha
especializada em roubo de avião
e carro-forte torturou por vingança, diante de uma câmera, a filha
de um comparsa que o teria entregue à polícia.
O criminoso aparece chutando
a menina, socando sua cabeça,
arremessando-a contra a parede,
pisando em sua barriga e até forçando-a a ingerir as próprias fezes.
Conversei com pessoas que assistiram ao programa. Depois de
ver as cenas de tortura, todas tiveram dificuldades para dormir,
enjôo ou crises de choro.
Antes de exibir as imagens, Ratinho alertou aos pais que retirassem crianças da frente da TV, dizendo que aquelas seriam as cenas "mais violentas exibidas na
TV brasileira".
Não dá para entender o que o
ministro da Justiça ainda espera
ver o sr. Carlos Massa aprontar
para tomar alguma providência
que doa no bolso do irresponsável
apresentador.
Se não existe algum tipo de penalidade para quem expõe uma
menina de três anos à violação de
sua dignidade na frente das câmeras, o ministro que trate de inventar uma.
E já que o senhor Gregori vai ter
de botar a mão no Massa, digo,
na massa, que tal criar alguma
maneira de proteger o telespectador que deseja fazer seu "zapping" sem correr o risco de dar de
cara com um "snuff movie" (filmes que mostram cenas reais de
tortura e morte)?
Há alguns anos, em uma coletiva de imprensa, um deputado
norte-americano tirou do bolso
uma arma, enfiou o cano na boca
e puxou o gatilho.
Se bem me lembro, nenhuma
TV exibiu a cena até o final. Ratinho não existia na época. Mas,
caso o fato ocorresse hoje, sabemos onde os telespectadores com
atração pelo mórbido poderiam
ver o suicídio na íntegra, não sabemos?
Minha amiga glutona, XL
Bündchen, que só faz comer, ver
TV e fofocar sobre artistas, me
contou que Leonor Corrêa, irmã
do Faustão e diretora do novo
programa de Adriane Galisteu,
"É Show", que estréia hoje, na Record, acaba de descobrir que está
esperando um filho do namorado. Sabe onde ela o conheceu? Em
uma sala de bate-papo na Internet. Moderna, não? A XL Bündchen, que eu saiba, conheceu o cacho dela na fila do orelhão.
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