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NET CETERA
O homem que registrou o WTC
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
www.attackamerica.com; www.horrorinamerica.com; www.pearlharborinmanhattan.com; www.terrorattack2001.com; www.worldtradecenterbombs.com. Esses são alguns dos sites que foram registrados meses antes do ataque terrorista de 11 de setembro.
Todos venceram sem que seus
donos colocassem algo no ar.
Antes de demonstrarem uma
conspiração, são apenas coincidências, das que acontecem todos os dias no mundo da informática.
Claro que alguns oportunistas
tentaram virar donos de nomes
relativos ao atentado depois do
ocorrido. Uns conseguiram, colocaram o site à venda, mas foram recusados pelas páginas de leilões eletrônicos. Outros foram recusados pelo próprio órgão registrador, como o que queria ser dono do www.nycarnage.com (carnificina de Nova
York).
Nenhum deles, no entanto,
superou o "senso de oportunidade" do restaurateur Michael
Heiden, de Nova Jersey. Às
14h40 do próprio dia 11, menos
de seis horas depois de o primeiro avião ter atingido a torre
norte do complexo de prédios,
ele registrou o nome "World
Trade Center" para sites, filmes
e produções de TV.
Ao site The Smoking Gun
(www.thesmokinggun.com),
Heiden disse então que estava
"tentando desesperadamente
entrar no mundo do cinema",
mas que "doaria à caridade parte dos lucros" que obtivesse
com uma eventual produção.
Justificou sua iniciativa falando que é uma prática comum
no mundo do entretenimento,
citando como exemplo os produtores de "Pearl Harbor", que
também registraram o nome.
"Não estou tentando capitalizar em cima da tragédia dos outros", disse. Além disso, afirmou ao site, ele havia registrado
"Dog Cinema", que pretende
ser uma comédia "leve e divertida" sobre animais e seus donos.
Isso foi então. Agora tudo mudou. Procurado pela Folha, o
restaurateur, que criou o famoso Tantra de Miami, na Flórida,
tem outro discurso: "Minha
mulher e eu registramos o nome para evitar que Hollywood
ganhasse dinheiro com a horrível tragédia".
"Quisemos garantir que qualquer lucro que seja ganho com o
nome World Trade Center seja
doado à (entidade beneficente)
Blue Cross, de maneira que as
pessoas que realmente precisam de ajuda recebam o dinheiro." Segundo Heiden, "não queremos um centavo"...
sergiodavila@uol.com.br
www.uol.com.br/sergiodavila
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